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Li outro dia a seguinte frase dirigi-da a mim: ”Estou aju-dando alguém muito parecida comigo quan-do você me conheceu.” Pensei em seguida: “Como estava eu quando a conheci?”
Seguindo o pensamento co-mecei a desfiar o novelo de minhas estripulias do passado, com o intuito de rever minha c(u)oreografia. Senti, no momento da re.cor.da (a)ção, a cegueira dissipada aos poucos, iniciada nos três anos de trabalho dentro do Instituto Benjamim Constant, junto com Angel Vianna. Lendo e dançando com os cegos, amealhei questionamentos captados na vivência do impossível e do improvável. Com as crianças portadoras da Síndrome de Down na Pestalozzi, aprendi a ver anjos na terra. Conheci caminhos insondáveis de criação, alegria e simplicidade. Com os autistas, mergulhei no mutismo interno em que vivia. Vivia?
Bailarina profissional, colhendo os ensinamentos de Klauss Vianna, tornei-me pro-fessora de ballet e coreógrafa. Dentre os alunos, paraplégicos, tetraplégicos e amputados ensinaram-me a enxergar diversos tipos de deficiência motora. Comecei a reconhecer a imensa imobilidade, fruto da inflexibilidade energética proveniente da arrogância e prepotência; escudos necessários para camuflar o medo da insegurança. Desvendei mistérios sobre minhas deficiências na área da locomoção.
Como atriz, conheci os surdos-mudos, cujo gestual abriu-me imensos portais de comunicação corporal. Aprendi sobre o valor das mãos e da captação dos sons através da pele. Como estava surda para minhas emoções!
Na clínica para viciados, em trabalho doído e penoso, vivenciei nas entranhas as dependências químicas, todas conquistadas bem longe das drogas reconhecidas como tal. Ampliei a visão para as toxinas hormonais que meu Sistema Humano produzia, devido à retenção do fluxo/refluxo da essência vital.
No hospício, libertei a alma! Dra.Nise da Silveira, em poucos dias de partilha, sinalizou-me a arte reprimida que consumia minhas vísceras. Uma vez questionou-me: “Porque você tem tanto medo da sua capacidade de Ser artista?”
Um dia, outra frase gerou conexão; “Você não tem a menor consciência do valor do seu trabalho.” Proferida em inglês pelo Dr. Stèphano Sabetti, colocou-me durante muitos anos no calabouço das dúvidas do entendimento.
Foi esta matéria claudicante, perdida entre tantos aprendizados estarrecedores, sem saber as respostas para as imensas interrogações acumuladas, que encontrou quem me escreveu. Dançarina perdida dentro de um corpo expressivo, tido por meus mestres da dança como sendo um corpo inteligente. ??????
Fui aprendendo aos poucos, a rever ensinamentos, reestruturando-os. Ajudando o próximo, aprendi a recriar meu corpomente. Pari um método para objetivar a reorganização: Moitakuá.
Acabei por descobrir que, sendo mãe, havia despertado a criança.
Sendo avó, libertei-a para a brincadeira.
Com o apoio incondicional do Dr.Julio Parreira, ao meu lado há 28 anos, ainda estou me despedindo dos dramas fincados há milênios, em minha estrutura óssea.
Agora, pelo menos, sei que sou capaz de dançar a minha música, produzida pelo meu som!
Reverencio o maestro que a rege!! A cortina pode fechar; os aplausos me pertencem!
Seguindo o pensamento co-mecei a desfiar o novelo de minhas estripulias do passado, com o intuito de rever minha c(u)oreografia. Senti, no momento da re.cor.da (a)ção, a cegueira dissipada aos poucos, iniciada nos três anos de trabalho dentro do Instituto Benjamim Constant, junto com Angel Vianna. Lendo e dançando com os cegos, amealhei questionamentos captados na vivência do impossível e do improvável. Com as crianças portadoras da Síndrome de Down na Pestalozzi, aprendi a ver anjos na terra. Conheci caminhos insondáveis de criação, alegria e simplicidade. Com os autistas, mergulhei no mutismo interno em que vivia. Vivia?
Bailarina profissional, colhendo os ensinamentos de Klauss Vianna, tornei-me pro-fessora de ballet e coreógrafa. Dentre os alunos, paraplégicos, tetraplégicos e amputados ensinaram-me a enxergar diversos tipos de deficiência motora. Comecei a reconhecer a imensa imobilidade, fruto da inflexibilidade energética proveniente da arrogância e prepotência; escudos necessários para camuflar o medo da insegurança. Desvendei mistérios sobre minhas deficiências na área da locomoção.
Como atriz, conheci os surdos-mudos, cujo gestual abriu-me imensos portais de comunicação corporal. Aprendi sobre o valor das mãos e da captação dos sons através da pele. Como estava surda para minhas emoções!
Na clínica para viciados, em trabalho doído e penoso, vivenciei nas entranhas as dependências químicas, todas conquistadas bem longe das drogas reconhecidas como tal. Ampliei a visão para as toxinas hormonais que meu Sistema Humano produzia, devido à retenção do fluxo/refluxo da essência vital.
No hospício, libertei a alma! Dra.Nise da Silveira, em poucos dias de partilha, sinalizou-me a arte reprimida que consumia minhas vísceras. Uma vez questionou-me: “Porque você tem tanto medo da sua capacidade de Ser artista?”
Um dia, outra frase gerou conexão; “Você não tem a menor consciência do valor do seu trabalho.” Proferida em inglês pelo Dr. Stèphano Sabetti, colocou-me durante muitos anos no calabouço das dúvidas do entendimento.
Foi esta matéria claudicante, perdida entre tantos aprendizados estarrecedores, sem saber as respostas para as imensas interrogações acumuladas, que encontrou quem me escreveu. Dançarina perdida dentro de um corpo expressivo, tido por meus mestres da dança como sendo um corpo inteligente. ??????
Fui aprendendo aos poucos, a rever ensinamentos, reestruturando-os. Ajudando o próximo, aprendi a recriar meu corpomente. Pari um método para objetivar a reorganização: Moitakuá.
Acabei por descobrir que, sendo mãe, havia despertado a criança.
Sendo avó, libertei-a para a brincadeira.
Com o apoio incondicional do Dr.Julio Parreira, ao meu lado há 28 anos, ainda estou me despedindo dos dramas fincados há milênios, em minha estrutura óssea.
Agora, pelo menos, sei que sou capaz de dançar a minha música, produzida pelo meu som!
Reverencio o maestro que a rege!! A cortina pode fechar; os aplausos me pertencem!
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