quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Quando eu possava



Por Moema Ameom

Quando eu possava falar através do coração, grunhia, gemia, rosnava, ronronava, gargalhava, berrava, lambia, chupava, mordia e era chamada de bebê. Os que me rodeavam traduziam meu som e o denominava voz. Quase sempre irritante, por ser inquietante e misteriosa. Calavam-me, aquietavam-me porque, na maioria das vezes, não entendiam meu idioma.
Mais tarde vieram as palavras e seus conceitos. Era preciso aprender a língua pátria.

“Xê ecó etá. Xaramã ni eçaí xê apiçá om Y kuá ni Ita amuara xá xê xaramã. Uquirimbau y Perudá.”

 Não é esta! É aquela que nos foi ensinada como sendo a certa. Apesar de abrasileirada com nossa miscigenação, continuamos a chamar-la de português. Além mar!...

Lá atrás fomos educados, porque o que aqui fazíamos foi considerado falta de educação. Olhar o céu, admirar o vento, sentir a chuva escorrendo pelo corpo desnudo era promíscuo e pervertido. “Preguiçosos esses índios”...deviam dizer nossos colonizadores amarrados, retidos, aprisionados em suas regras oriundas do medo pela lobotomia.

Aprendemos a chamá-los estrangeiros... o que é estranho gera medo. Medo de aprender o que não conheço. Quando este medo surge, é mais fácil fazer o outro ficar igual a nós ou perdermos a identidade, inconscientemente, copiando o que é aceito como correto pela maioria.

Ensinaram-nos a termos medo de errar. A chibata que o diga!
Hoje falamos muito sobre educação. Eu me pergunto: “Qual delas?”

We must learn...Va bene. Come?

Se hoje eu fosse falar com a voz do coração (coisa comum de se pedir a todos) continuaria a usar os mesmos sons de bebê. Reagiria, agiria com impulsos livres e às vezes bem desarmônicos, fazendo ressonância com o Cosmo. Seria presa no manicômio ou considerada pela sociedade como mal educada.

Se fosse falar utilizando meus sons genéticos parlaria with all of sounds toguether comment Il faut.

Quem me compreenderia?
Alguém com sensibilidade o suficiente para absorver minh`alma e seus arroubos.
Quem?
Pois é, minha neta. Nós devíamos falar “eu podo”... daí “eu podia” ficaria mais coerente. Aliás o verbo é poder. Mas.... a coerência vinda de longe nos ensinou que é “eu posso”. I can. We can.
Certa....Mente!

Eu prefiro uquirimbau estar ao seu lado. Sempre!

11/12/2012

domingo, 18 de novembro de 2012

Os desavisados que me desculpem...



...mas...A terra é UM Planeta; O sol é UMA estrela; A lua é UM satélite; a rua reta por onde andamos faz parte de uma superfície redonda. O pé que o leva a avançar é o de trás. 




Equilíbrio é algo que só existe quando se reconhece o desequilíbrio.

Quem gosta de aplauso (ou de vaia) precisa subir em um palco para poder sentir como é trabalhoso conquistá-lo. Se quiser ter sucesso, disponha-se a perceber que ele é resultado de muitos fracassos conscientizados onde os atos falhos se transformam em permanente aprendizado.

Desculpem-me os desavisados...

...mas... o valor da luz se encontra na escuridão quando percebida como sendo sombra. Nela descansa-se a matéria e refresca-se a alma.

As placas tectônicas que formam o solo onde pisamos está em processo de intenso reajuste. Para os incrédulos um sinal: a cada hecatombe da natureza, muitos movimentos vitais são modificados. A (o) Lua de hoje não se deita nem se levanta mais como fazia ontem.

Desculpem-me os desavisados...

... mas.... o caos reinante tende a aumentar! A festa vai esquentar! Rock on (in) rolls soarão e nós precisamos aprender a dançar!

Vamos nessa! 1,2,3...

Se deixei minha visão de perto tão longe (esqueci meu óculos pra perto em Cuiabá) talvez tenha sido para enxergar melhor o que está distante.

Vamos nessa! 1,2,3... demi plié e tour... porque a vida é bela!

JUMP!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Quando me apaixonei de novo



Ele chegou de mansinho. Voz firme, gostosa de ouvir, toque decidido, convicto de si.

Eu, que há tempos não me interessava por nenhum carinha, fiquei amarradona. Mas não como nas paixões juvenis, que a gente não consegue nem respirar de tanto desejo. Não, a esta altura da vida, as coisas são mais sutis, e por isso mesmo, mais intensas.

Posso dizer que o que eu vivi não foi paixão: foi amor.

Sim, desde que o Clément passou pela minha vida, a concepção de amor ganhou uma proporção muito maior. Amor é algo que a gente constrói com a união dos positivos e negativos. É algo que permeia tão sutilmente a nossa vida que até parece que não sentimos. Aí que mora o perigo, porque quase sempre negamos o amor (sutil) em prol das paixões (avassaladoras).

Mas nesta história eu estava amando.

E sabia que corria riscos. E se eu me envolvesse e não desse certo? (impressionante isso: como é forte a necessidade de garantias, como é grande a nossa insegurança de nos entregar ao que sentimos! Precisamos saber direitinho o que acontecerá para só então abrir a porta).

Mas eu já não sou uma menina sonhadora. Fiquei com medo no princípio, depois fui, sabendo que na vida só o que a gente vive se torna experiência – e o resto é ilusão, e daí vem as doenças e insatisfações que aprisionam o corpo e a alma.

Como é de minha natureza, lancei-me aos riscos.

E vivi. Dez dias no total. Um ciclo bonito, com princípio, meio e fim, tudo muito rápido. Começou e terminou do nada. Foi-se sem dar explicação. Em um intervalo de poucas horas, parecia que alguém mexia num caldeirão para quebrar o encanto, e de repente ele estava lá, espatifado no chão.

Restaram cacos, que foram juntados e reciclados para formar outra peça, ainda mais bonita e fortalecida. Idas e vindas de pensamentos e emoções, frustrações seguidas da convicção de que era pra ser assim – e eu nada poderia fazer para evitar ou mudar.

Ficou a satisfação de ter vivenciado os desígnios do coração.
Ficaram os agradecimentos às forças que me acompanham e zelam por mim, sem jamais me desamparar.
Espero que fique também uma grande amizade.



ReNata Batista

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Boca de cocô



Por Moema Ameom

-“Ai..ai...ai....sua boca tá suja de cocô! Que feio! Fica já aí quietinha!”

Assim falava Lavínia, minha neta, para sua boneca colocando-a sentada na cadeira.

Eu observava atentamente sua brincadeira como sempre faço quando quero descobrir mistérios da vida.

-“Sua filha comeu cocô?” indago eu.
-“Não vó! Ela fala bobagens e morde os amiguinhos. Que feio,né?”

O silêncio faz-se meu companheiro. Penso. Como assim? De onde vem este ensinamento? Só pode ser da Escola.

Sendo as fezes o resultado de todo um processo de transformação do Corpo Físico, a que resultado emocional pode levar a conotação do coco com coisas feias, sujas, fedidas e porcas?
Lembro-me de estudo desenvolvido onde a relação coco e menstruação me foi sinalizado. Indo mais adiante, coco, menstruação e feto. Aprendi que problemas existentes com o ato de defecar nas meninas pode, no futuro, gerar tensões pré-menstruais intensas levando inclusive à negação da feminilidade se não houver bom acompanhamento. Dificulta a relação afetiva com o feto. Nos meninos pode conduzir às dificuldades de ereção. Ou seja, minimiza a procriação por enfraquecer a força criativa do organismo.

O que fazer, então com a boca suja de cocô?
O que fazer com a sabedoria que me sinaliza a profunda intercomunicação (via coluna vertebral) da boca com a vagina?

Sou avó. Sou sombra orientadora; não sou nem devo ser ação.

-“ Que tal conversar melhor com a sua filha sobre as maravilhas do cocô?” Questiono.

-“?” ... o olhar volta-se para mim abrindo um imenso portal de aprendizado.

Dou uma palestra sobre cocô com a boca cheia de prazer!

sábado, 3 de novembro de 2012




Estou limpando em mim tudo o que me afasta do meu caminho. Uma verdadeira faxina de pensamentos, sentimentos, pessimismos, mágoas e dúvidas.

Sou muito mais apta ao amor do que aos sentimentos ruins, mas quem não se contamina de vez em quando, nesse mundo onde tudo quer nos conduzir ao sofrimento?

Mas não... CHEGA! Essa não sou eu! Eu sou do AMOR, eu sou ÍNDIGO, eu sou o que sou.

Daqui a nove dias vou completar 32 anos, e a LUZ está voltando a brilhar intensamente na minha vida. Meu espírito sempre soube o que veio fazer aqui, e se preservou o quanto pode. Encontrei no meu caminho pessoas maravilhosas que são imprescindíveis para tudo de bom que tenho e ainda terei. Papai do Céu está sempre a me dizer: vá em frente que eu te dou retaguarda.

Sou muito grata a Ele por tudo. Sou muito grata a TODOS os seres que comigo caminharam até aqui. Seres de todas as galáxias e todos os tempos. Estou ciente de que é agora que tudo começa.

 Tudo o que vivi até aqui foi apenas a preparação para o momento em que estou entrando agora. Um momento em que eu não sei COMO, mas sei O QUE me espera: a LUZ, a PROSPERIDADE, a FELICIDADE terrena.

E eu lhes digo, amigos, c om toda a convicção: Estamos aqui com um único propósito: AMAR.
AMAR PARA EVOLUIR.

Tudo o que temos na nossa vida somos nós que construímos. Com nossas atitudes, palavras e pensamentos. E nós podemos transformar todo o sofrimento em ALEGRIA, se quisermos de verdade. Não existe sofrimento que não seja criado e causado por nós mesmos. Nós criamos o nosso mundo, a nossa vida e a nossa felicidade.

Caminhemos com FÉ que a vida sempre nos trará o MELHOR.
Se a dor é inevitável, o sofrimento é opcional. Vivamos sem drama, EVERYTHING'S GONNA BE ALLRIGHT!

Namastê!

ReNata Batista
Cuiabá-MT, 02 de novembro de 2012