quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Masoquismo


Uma visão Moitakuense sobre
O Masoquismo
Moema Ameom


Enquanto matéria viva:

O movimento de locomoção que rege a vida é o aprender a aprender.

A eterna renovação, estimulada pela curiosidade intrínseca na criatividade é a força motriz do aprendizado.
Para melhor assimilação do que é absorvido durante a vivência com o conhecimento, a atenção é indispensável.

O equilíbrio inserido no ato de doar atenção será o responsável pela equalização do tônus energético, permitindo que o aglomerado de células formadoras de matéria possam gerar seus movimentos individuais (únicos) de aprendizado.

Os sentidos, instintivamente buscam conviver com novas sensações a fim de aguçar a percepção e poder, assim, absorver o novo.
As células necessitam desta fonte de partilha constante para gerar novas fórmulas de vida ReNovando a forma de ação projetada e, consequentemente, captada.

Quando o organismo não se adequa a estes processos de mutação, os caminhos de transformação resultantes da evolução natural, sofrem bloqueios moleculares e a energia proveniente das mesmas deixa de circular livremente.

A multiplicidade quântica existente na vida passa a ser utilizada em partes e/ou por partes, afastando a locomoção da sua potência real.


Enquanto Organismo Humano:

Esta manifestação refletida no organismo humano gera sofrimento, dor, doença, ou seja, distúrbios emocionais; movimentos vitais desequilibrados.

Se, durante um largo tempo os humanos aprenderam a construir a locomoção tendo como apoio o reconhecimento oriundo deste tipo de estímulo citado acima, o código de aprendizado é relativo a esta qualidade de atenção.

Como receber atenção equilibrada para fazer da locomoção um ato de fluidez?

Certamente não virá de um mundo construído na contramão do prazer de viver onde os ensinamentos ganham roupagens novas para disfarçar a dificuldade de evoluir causada pela incapacidade de aprender a aprender.

É preciso coragem para mudar conceitos internos e abrir o Sistema na direção da ousadia e do risco.

Ousar, antes de qualquer coisa, ser feliz de verdade, sem precisar fazer uso da histeria, euforia ou consumismo para mostrar aos outros uma felicidade construída na rede explanada anteriormente.
Este é um dos movimentos visto como masoquismo por Moitakuá.

Arriscar a abrir-se para novas idéias e conceitos, permitindo que a fórmula absorvida no passado seja aplicada como fonte de pesquisa para saber como não fazer.
Refazer igual não conduz a nenhum caminho evolucionário.

Cabe aqui lembrar que todo e qualquer proposta de ação e/ou expressão proveniente do Corpo Físico é resultado das memórias guardadas na cognição orgânica regida pelo psicoemosomático, onde o controle não existe por receber comando das massas encefálicas.

Querer Querer* evoluir faz com que o Posso Querer* acabe por fazer da ilusão um disfarce para a locomoção, inibindo a verdade. que vem do Querer* medular.
(*)expressões metodológicas.

Resumindo: de nada adiante apenas pensar em evoluir. É preciso agir na direção do desejo, caso contrário o masoquismo passa a ser visto como fluxo enquanto consome internamente as células produzindo antifluxo.

Portanto, Moitakuá vê o Masoquismo como sendo um processo humano de dificuldade de aprendizado com os fatos da vida.

Como a solicitação orgânica para o aprendizado é constante, quem não consegue evoluir neste campo, tende a não permitir que outros o façam, surgindo deste jogo o Sadismo.

Este é o movimento instalado na nossa sociedade em geral: o sado-masoquismo. Rede de manipulação que faz com que a locomoção seja bloqueada pelo pânico, medo, agressividade, mal humor, infelicidade, insatisfação, prepotência, impotência e muitos outros adjetivos que podemos criar para camuflar uma única verdade.

Falta de coragem para se entregar e integrar com o Holo, onde a totalidade existente dentro do Corpo Físico conduz para uma única trilha: o prazer.
É preciso Querer aprender a aprender! Quem?

À minha neta Lavínia, nutrindo a esperança de vê-la bem conduzida para este caminho de Luz.



Cuiabá, 27/10/2009

sábado, 17 de outubro de 2009

NOVIDADE RENOVADA

O Ponto ORG em parceria com o Centro de Arte Ameom apresenta a seguinte programação:

Prática de Automassagem contra Estresse
às 4as.feiras) das 20 às 21:30h.


Orientação Terapêutica de Automassagem
às 5as. feiras das 10 às 19:30
É necessário telefonar para agendar o horário

Tels.: 8154-8194



com ReNata Batista sob orientação de Moema Ameom

A renda é revertida para a manutenção dos trabalhos filantrópicos do Centro de Arte Ameom (cuja representação legal é da Associação Civil Fraternidade Amor e Verdade) e do Ponto Org.

Venha conhecer este caminho de bem estar e qualidade de vida!

o PONTO ORG fica na R. Ministro Otávio Kelly, 231 - Jd. Icaraí- Niterói-RJ

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A Porta





A porta. Ali estava ela.
Mais uma vez aguçando minha curiosidade e atiçando meus medos.
Talhada em cedro, sua maçaneta de ouro lembra-me os raios da sol no amanhecer.
Sua imponência me atrai e assusta.

Pela fechadura muitas vezes busquei ver o outro lado.
No início escuridão total.Gradativamente luzes começaram a passar diante de meus olhos convidando-me à uma festa.

Quantas vezes a tentação de abri-la crescia em mim, porem o medo do desconhecido era bem maior que o desejo.
Estava feliz com o cuidado que dedicava aos outros cômodos da minha morada. Acomodada poderia dizer. Azeitava dobradiças tornando-as macias o suficiente para que portas e janelas pudessem ir e vir sem emitirem os rangidos de outrora. Esfregava os vidros tornando-os transluscentes. Limpava os móveis remodelando-os de vez em quando com o que tinha a mão. Pintava paredes para imaginar que eram outras.
Muitos eram os movimentos feitos que me mantinham ocupada na tarefa de renovar a cada dia o cotidiano.
A morada estava cada vez mais limpa. Bonita, arrisco dizer.
Mas lá no porão existia a porta desafiante.

Ali estava ela diante de mim mais uma vez.

Peguei o molho de chaves com uma leve esperança de não ver aquela apesar de querer muito que estivesse ali.
Quase não a vi mas, emitindo seus raios solares, ela me cegou, fazendo-me enxergá-la.

Agora era eu e a chave.
Não sem antes sentir a temerária vontade de, mais uma vez, olhar pela fechadura.
Olho no olho. Eu e as cores. A festa.
Sim.
O que vi foi uma luz de brilho tão intenso que mais parecia a Sol espelhada no Lua (*). Perdi os sentidos.

O tempo passou e, no voltar da consciência o desejo reascendeu. Desta vez com tanto vigor que me vez levantar subitamente, pegar a chave e destrancar a porta.

Pronto.
Nada mais me impedia de abri-la. Apenas eu.
Era preciso sentir meus braços, mãos, pernas, pés e tronco. O meu tronco onde pulsava o meu coração. Meu crânio de onde sabia que vinham os comandos. Um pedido de ajuda. Um apenas? Não. Vários.

HELP!
Fui atendida por meus reflexos espelhados em mim.

Avancei e, reunindo todas os auxílios recebidos, empurrei a porta e mergulhei no espaço. Um vazio iluminado onde o som preenchia o vácuo. Nada existia. TUDO era sentido e fazia sentido.
Como podia eu ter, na minha morada, tal espaço? Porque jamais tinha tido coragem suficiente para adentrá-lo? O que importava agora tais questionamentos?
O fato é que eu estava ali. Diante de um lugar que me pertencia.

Passo pelo portal. Deixo-me envolver por algo que jamais conheci. Uma parte estranha do meu habitat.
Olho para trás.
Fico feliz por saber que todos os outros espaços estão limpos e arejados. Posso passear por eles sem medo de me sentir trancada novamente. Lubrifiquei muito bem todas as dobradiças e fechaduras. As chaves são o meu poder.
Mas, neste momento, a única proposta que me atrai é entregar-me a este novo lugar encontrado.
Minha porta de cedro e sua maçaneta dourada onde vive o universo.
Finalmente vejo-me bela.
Moema Ameom
Itaipuaçu, 29-9-09


(*) Sol é uma estrela e, no meu ponto de vista, a doadora da vida, portanto, se fosse humana seria do sexo feminino. Lua é um satélite onde a Sol se espelha. Absorve a energia devolvendo-a ao Planeta de forma objetivada. Fosse humano, seria do sexo masculino. Enquanto personagens da minha fantasia denomino-os Lós e Aul.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

ELOGIO À LOUCURA

Foto Roberta Andrade

Estou me referindo à loucura nossa de cada dia que penetra pelos poros sob forma de solicitações, cobranças, regulamentos e conceitos a serem cumpridos sob pena de reclusão social e familiar.

Movimentos contraditórios e incoerentes frutos de objetividades nubladas pelo desrespeito aos processos pessoais de (in)evolução.

Loucura esta que, para não produzir distanciamento da convivência, leva o ser humano a contorções mirabolantes nas suas formas de pensar e existir.

Elogiar leva-me a intensificar ao extremo a tensão das redes nervosas a fim de descobrir como fazer para senti-las, percebe-las e observa-las nas entranhas, onde mora a nitidez.

Até quando??

Até quando iremos necessitar desta intensificação para descobrirmos que temos o direito de usar nossos movimentos sem culpa?
De onde vem a culpa?
Surge das ondas de retorno provocadas pelo desrespeito, jogo que inibe o amor próprio.

Respeitar significa aceitar as ondas emocionais circundantes, inibindo o desejo de mudá-las externamente, direcionando as críticas para a construção de um raciocínio lógico, unificando razão e sensibilidade em prol da regulagem do tônus orgânico.

Como posso me sentir culpada por algo que o outro processa em seu interior? Que prepotência é essa que me leva a tal conjectura? Vontade de sentir pelo outro pra ver se desvendo os mistérios da sua alma? É mais fácil e simples adotar o diálogo sincero, sem subterfúgio. Sem medo de se mostrar louco(a).

Surgindo este medo (e ele sempre surge há milênios), se não for vivenciado a contento, vem a desestrutura que desencadeia a rede da loucura; aquela que me balança de um lado para o outro dentro de mim mesma. A esta rede dou o nome de Estresse.

Dúvidas desabrochadas me fazem conviver com muitas pessoas ao mesmo tempo. Todas frutos do meu Ser, mas eu nem ao menos tenho tempo para provar um deles, sentindo o gosto gostoso de des.frutar do seu néctar.
A falta de tempo faz o tempo se sentir inútil. Pra que existir se nem ao menos é observado? Se não é observado, como será utilizado?

É assim que a loucura nos faz construir o fim daquilo que jamais finaliza – A Vida, que, ao produzir ondas, nos leva a dançar nas águas turbulentas, caudalosas das emoções que vitalizam o Sistema onde o absorvido precisa ser processado para ganhar consciência.

Pra que?
Só pra saber o que foi que EU vivi na totalidade do saber que EU produzo e me pertence.

Quem sabe assim, seremos capazes de criar uma nova sociedade onde a violência existirá apenas como alimento à loucura que nos faz Humanos?




Moema Ameom
15-9-2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

SOU MAIA



Foto Rodrigo Andrade

SOU MAIA

Estou no cio da magia!!!
Momento que teve início quando me soube avó!
Ali o espetáculo começou e desde então, torno-me espectadora do divino.

À minha frente descortina-se o filme de minha trajetória pela Terra onde as lembranças revividas sinalizam o caminho da (in)evolução. Medos do passado confrontam-se com os do presente estruturando espaço para os medos do futuro. Muitos.

Aprendo, com o olhar construído pelas fragilidades emocionais que me foram implantadas, a enxergar as sementes às quais vale a pena dedicar meu tempo.
A correnteza me conduz para frente; me joga nos riscos totalmente desconhecidos.

Nunca fui avó antes!

Cuidei de muitas crianças que vieram a mim procurando a mãe e avó com as quais sonhavam. Idealizavam-me e colocavam-me nas telas de suas imaginações e no palco de suas vidas; mas ser não é representar. Assumo que confundi as funções. Foi o que aprendi.

Sempre extraí da cena aprendizados múltiplos, mas, quando o pano fechava e as luzes da ribalta se apagavam, por diversas vezes deparei-me com o despreparo psicobiofísico para sentir as ondas de retorno assimiladas, provenientes das traduções mal feitas quanto às minhas interpretações.
A depressão invadia meu coração desequilibrando a essência e, consequentemente, minha saúde. Destes momentos aprendi a captar recursos para re.Ver minhas ações (projetadas nas palavras expressões e atitudes) com a intensão de melhor adequa-las ao próximo evento.

Vale a pena ressaltar que chamo de traduções mal feitas, o que não se coaduna com as verdades do meu ser, ou seja, com o que sinto em relação ao fato abordado.

A boa representação requer muita atenção às “deixas” (*) que o outro nos dá. O sucesso da colocação da nossa intensão, dependerá sempre de como ouvimos o que nos é dito. Este como é construído em nossos sentidos, por isso, será o responsável pela potência da frase seguinte, espelho da nossa verdade interior construída naquele instante.

Minhas responsabilidades diante de meus filhos – nada fictícias - sempre me conduziram a nascentes renovadas pelos medos do erro e, principalmente, dos acertos.
Os conceitos absorvidos, modificados em velocidade inverossímil pelos processos da evolução tecnológica, confrontavam-me constantemente com um distanciamento que me envolvia em mágoas por perceber a incapacidade de acompanhar rebentos que me arrebentavam por me arrebatarem com suas volúpias.

Mãe desarvorada... árvore sem flores e frutos.
O desejo era dar todo espaço do mundo para deixar aflorar Seres plenos, mas estes, por assim serem, voltavam-se qual dragões, cuspido-me o fogo sagrado da transformação.
Que sombra era capaz de dar?

Foi me debatendo diante dessas incapacidades que aprendi a ser capaz.
Foi vivendo todos os medos que esta conscientização me proporcionava, que segui adiante e construí um caminho mais substancial para meus pés.

Bom foi o Universo que só deu o novo desfio quando já me sentia mais estável no anterior.
Entrelaçam-se, qual corrente de elos límpidos, filhos e netos, porem, as responsabilidades são distintas e as ações Completa.Mente diferentes.

Hoje consigo enumerar vitórias alcançadas com as pesquisas desenvolvidas nesta trajetória; pesquisas estas que me valeram um método de trabalho – MOITAKUÁ – compartilhado com quem quer apreender o verdadeiro significado do simples.

Reavaliando processos de fluxos e refluxos compartilho anotações colhidas pela alma qual flores primaveris, frutos doces de uma vida vivida na totalidade da existência.
Arvorei-me pontuando que:

1. É muito importante um dedo em riste apontado firmemente para a cabeça qual arma pronta para disparar ao menor sinal de descuido para com as responsabilidades pessoais diante das ações, reações, e tudo que é derivado das mesmas. Para que “o tiro não saia pela culatra”, prestar atenção para onde o dedo aponta é imprescindível.

2. É fundamental a conscientização surgida da permanente observação das reações que minhas atitudes provocam e a captação do que sinto quando as observo. Trabalhar internamente o que é sentido, modifica a ação seguinte. Sucesso com a platéia é tudo que precisamos para sermos felizes.


3. É básico aguçar a capacidade de perceber as ondas de medo que surgem a todo instante (construtoras do limite) dando a sensação de fragilidade interior e que, na verdade, constroem a fortaleza quando vivenciadas na totalidade. Construir limites para poder da-los sem atropelar o respeito ao individualismo onde é formada a responsabilidade consciente.

4. É essencial aprender que a mente jamais poderá se desligar das ondas pensantes. Quando a mesma atinge o equilíbrio, que pode ser chamado de vazio, alcança a totalidade de impulsos neurais e estes, preenchem a mente com pensamentos variados e criativos. Quanto mais vital mais curiosos, criador, arteiro e artista torna-se o Ser. Aprender a cuidar dos pensamentos é aprender a lidar com as redes nervosas que regulam o tônus gerando o equilíbrio da homeostase.


5. Sendo assim, aprender a lidar com a criatividade orgânica introjectando nela o nível de razão mais apropriado para a coordenação motora dos movimentos vitais que ela desperta é fazer com que a abrangência dos sentimentos construa nossa Orquestra Sinfônica, cujo regente é o Divino que nos envolve.

Passamos a ser maia sem perdermos o rumo das nossas reais responsabilidades diante de nós mesmos.


Moema Ameom
9.9.2009


(*) – Na formação teatral aprendemos que “deixa” é a última palavra dita pelo parceiro de cena e que nos possibilita saber a hora certa para falar o texto que nos cabe.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Construindo Consciência

Diante da visão Quântica


Moema Ameom


A consciência precisa ser construída com base no que está sendo feito e não no que deve ser feito para que os deveres possam cumpridos e não devidos.

A atenção focada na ação do momento, construtor do cotidiano, coloca o ser humano diante de suas múltiplas possibilidades, sendo capaz de nelas aplicar o grau de observação coerente com o tempo necessário à realização.

SE EU PRODUZO, UTILIZO ESTA PRODUÇÃO PARA CONSTRUIR MEUS OBJETIVOS PESSOAIS E PROFISSIONAIS, TORNANDO-ME RESPONSÁVEL PELA CONSTRUÇÃO E SUAS CONSEQUENCIAS.

Este processo conduz a movimentos de pesquisas internas onde não há lugar para conceitos voltados ao “certo” e “errado”, uma vez que toda e qualquer experimentação servirá como base para a estruturação das ações propostas.
Provenientes da sensorialidade (percepção, sensação, sensibilidade) do psicoemo- somático, tanto as propostas advindas dos pensamentos, quanto as ações resultantes da coordenação motora, sinalizam a constância das vibrações energéticas, oriundas das fibras dos Sistemas Nervosos Central e Periférico, cuja matriz é o Córtex Cerebral. Vêm delas as variadas possibilidades de execução e expressão que motivam o Corpo Físico e suas emoções, conduzindo-o à formação da vida.

Quando há espaço para a experimentação, este conjunto de processos vitais gradativamente constrói conhecimento, amealhado da captação externa, embasando a sabedoria natural, produção do Sistema Orgânico.

A utilização do grau de intensidade existente na aceitação recebida e absorvida através da captação, irá alicerçar a auto estima e o amor próprio. São eles responsáveis pelo (des)equilíbrio emocional que permite a vivência dos medos e, consequentemente, dos riscos que excitam e estimulam a utilização das possibilidades moleculares, revitalizando-as de maneira autorreciclável.
O desestruturação dos mesmos surgirá quando os movimentos inerentes à pesquisa e aceitação não alcançarem uma porcentagem harmoniosa e ressonante com a necessidade do Sistema.

A aceitação surge da auto-observação e da qualidade da visão diante do exemplo existente nas ações propagadas. O percentual harmônico é formatado pelo respeito.

Respeitar a evolução do aprendizado significa conviver com todos os movimentos vitais (múltiplas possibilidades) provenientes das experimentações, vendo neles as pedras que constroem o caminho, orientadoras do curso do rio que, em seu meio, gera o fluxo (energia vital).
Desta convivência inalada surge o aprender a aprender, formador do apoio. Mestre e discípulo se espelham e complementam.

Apoiar significa então, ajudar a colocar as pedras de acordo com a vontade de quem as coloca, compartilhando a visão do local onde poderiam ser melhor aproveitadas, resultado da experiência interna de cada um.

A estrada percorrida traz em si o valor da história construtiva, quando dela são extraídos os conceitos de crítica e julgamento, empecilhos para uma boa assimilação da vivência.
Um Corpo Físico estressado, não tem condições de fazer uma boa leitura do passado, pois suas conexões sinápticas encontram-se “oxidadas” pelo atrito neural (redução do oxigênio; ampliação do gás carbônico) que conduz à complexidade mental confundindo o raciocínio.

Esta complexidade faz com que o jogo de pontos de vista assimile regras pré-concebidas (preconceitos) impedindo a analise verdadeira. A convivência é construída sobre falsos alicerces, geradores de relações conturbadas e improdutivas, cujo reflexo futuro será a ampliação dos atritos causados pela qualidade do relacionamento.

Tudo isso se resume na incapacidade de desenvolver um aprendizado com base na totalidade, devido ao medo instalado nas camadas da cadeia muscular, redes ligamentares e esqueleto ósseo, matérias criadas pela multiplicidade molecular. Este medo (potência retida) é o resultado da falta de espaço e apoio adequado para a experimentação.

A Física Quântica ensina sobre a matéria Quark que vem a ser a nano partícula do Quantum. Matéria invisível que nos faz imaginar o inimaginável com relação às que nos circundam, criando o mundo em que vivemos e do qual fazemos parte ativa.


Como aprender com o invisível? Como construir consciência compatível com este aprendizado? Observando a ilusão, sem esquecer que, para isso faz-se necessário a evolução infinita da capacidade de sentir e aplicar a sensibilidade no cotidiano para construir a realidade com base nas múltiplas possibilidades que o Sistema Humano possui.

Podemos começar criando várias propostas de movimentos para o dedo mínimo da mão direita utilizando a multiplicidade metamorfoseante que ele possui.
É um bom começo.


................ *** \o/ *** \o/ *** \o/ ** ................



Observações parciais:

1. Como o fluxo e o refluxo das ações e reações são provenientes de um sistema orgânico capaz de gerar múltiplas soluções para um só fato, sendo as mesmas autorrecicláveis, o apoio verdadeiro surgirá, quando vier da permanente observação interna / externa das ações produzidas e da análise das reações captadas, formadora do raciocínio.


2. Dar espaço para que estes processos sejam desenvolvidos de acordo com o tempo orgânico, permite ao Sistema Humano a incorporação de seus atos, atitudes e expressões, estruturando e integrando a pessoa diante da responsabilidade cativada.


3. Em caso contrário, todas as propostas provenientes do cotidiano serão renegadas a planos secundários, instigando o olhar à frente do tempo presente. Sendo assim, o senso de responsabilidade não ganha grau de conscientização a altura dos movimentos de realização produtiva do ser, ampliando a ansiedade devido à sensação de incapacidade que se instala na rede sistêmica.

4. O pensamento positivo é aquele capaz de transformar toda e qualquer ação, por mais complexa e difícil que seja em solução. Pensar positivamente, portanto, não é tão somente direcionar o pensamento para coisas boas e agradáveis, mas principalmente, aprender a transformar o não agradável em fluxo vital.

5. Lembrar que todas as possibilidades estão no aparelho (instrumento) corpóreo, auxilia bastante na busca pessoal de realização plena.


Itaipuaçu, 17 de junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

Moitakuá e o quantum

MOITAKUÁ E O QUANTUUM

Moema Ameom

Há muito tempo atrás, lá onde o tempo fazia a curva, a humanidade teve acesso a uma ideia luminosa que dizia: o que esta em cima, se vier a se soltar, cai no chão. Parece óbvio? Mas não era na época. Os questionamentos existentes nas mentes humanas conduziam a conjecturas que estimulavam a curiosidade gestando conceitos múltiplos e transformadores. Acredito que era caótica a partilha. O óbvio não devia existir com tanta facilidade.
Esta nova idéia, como tudo que atiçava os seres daquele período, passou a ser estudada por muitas pessoas, todas ansiosas por formar conceitos que ajudassem a dar um fim ao caos reinante.
Assim surgiu a Física Clássica, iluminando as consciências humanas. Com o passar do tempo, porem, esta novidade foi ganhando intensidade demasiada, devido à maneira como foi sendo utilizada, passando a cristalizar formas. Acabou por perder o frescor da pesquisa e do aprendizado, oriundas da re.formula(a)ção permanente regida pelos processos de re.Vitalização orgânica.
Criaram-se regras e estas, ao invés de regrar, regular, orientar, tomaram a característica de ordem. Não a ordem que organiza, mas aquela que ordena sem abrir espaço para o respeito à troca de idéias.
Foi assim que o Homem sedimentou em sua memória cognitiva algumas ideologias tais como: > se deixar vir o movimento da entrega vou cair; se cair vou me machucar; se me machucar vou me estragar; se estragar não vou prestar pra mais nada.
> se isto diz pra fazer assim, não posso fazer assado; se fizer assado estou errado; se fizer assim estou certo.
> se olho para alguma coisa na minha frente e vou na direção dela estou andando em linha reta; como a linha é reta, se andar depressa chegarei mais cedo (de preferência antes do outro que está vendo a mesma coisa); se correr, alcançarei mais rápido ainda meu objetivo que é o que vejo à minha frente, tal qual cavalo (ou burro) com antolhos.
> zelar é cercear a expressão para fomentar a ilusão de que posso mandar no amor; sendo ele sentimento proveniente da vivência, quanto mais intensifico o zelo mais distante fica o amor.

Com a passagem do tempo, ainda lá atrás, apesar de toda a crença depositada na solução através do controle, o caos continuava ainda mais intensificado. Pensou-se, então em ampliar a energia anti-fluxo já existente. Criaram fórmulas novas de domínio, que se fizeram óbvias (ganhou força o óbvio) através das armas nucleares.
As consciências perderam o contato com a força da transformação (renovação molecular) e as matérias humanas passaram a caminhar pela trilha do medo. Castigos, punições, vinganças, extermínios, foram ganhando espaço na mídia que, por sua vez, alimentava-se destes movimentos mórbidos e manipuladores de ondas emocionais.
... E o planeta mergulhou nas trevas do pânico. Começaram a surgir trilhas de bifurcações emocionais: uns caminhavam na direção da concórdia e outros da discórdia. O atrito causado formatou a visão linear intensificando a insegurança e, consequentemente, a sociedade desequilibrou completamente.

Era o Caos controlado!

Para ver se arrumava a situação, o Homem deixou vir à tona suas descobertas sobre a Física Quântica que falava o oposto da Clássica. Abriu-se, então, um mar de possibilidades para os seres humanos arredondando a vida, valorizando os sonhos, mostrando que no movimento que desce existe o que sobe; aquele que vai pra frente é construído com o que vem de trás; quem caminha sempre alcança desde que saiba onde pisa. A irmandade com a natureza retornou sacudindo a responsabilidade diante dos estragos realizados na tentativa de formar o que já estava formado. Assim sendo postulou: por mais que você queira sair do lugar, os processos vitais o levarão ao mesmo lugar onde estava.

Era o Caos descontrolado!

Como evoluir sem sair do lugar? Como alcançar os sonhos sem evoluir? Onde e com quem aprender sobre isso? Lá no Oriente ... pensaram os ocidentais; enquanto isso os orientais pensavam a mesma coisa, pois o redondo deles também ficou retilíneo por força da inflexibilidade cerceante dos dogmas criados.
Querendo ou não todos estavam no mesmo planeta dominado pelo medo de viver.
Quem tem medo da vida castiga; quem castiga é castigado. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.”
Assim era a coreografia dominante apesar de toda ebulição da Física Quântica!

Hoje, ela e seu quantum (ou quark)ocupa um espaço maior no mundo e já adentra a área da educação, do marketing, da propagada, enfim.... da sociedade.
Porem as mentes construídas com as duas informações ficam ora no passado, ora no presente e o futuro está caminhando para a mesma desestruturação do tempo remoto antes da descoberta da física clássica.
Vivencia-se na matéria o exemplo de que realmente jamais sairemos do lugar enquanto não aprendermos a olhar em volta, observando com atenção as mínimas mutações que constroem o cotidiano, valorizando o olhar de quem olha para absorver e conscientizar o que sentimos quando processamos esta descoberta. Certamente a evolução parecerá monótona, morosa, infrutífera ou até mesmo antiquada devido à semelhança com aquele tempo em que a curva era feita pelo tempo.

Mas, quando o Homem vier a dançar nas ondas ansiogênicas de seu tempo interno, aprendendo a lidar com os processos de aceitação para absorver deles a motivação para sua existência, seremos capazes de sentir a velocidade do segundo na formação estrutural dos movimentos vitais.

Urge que nós adultos, reavaliemos nossa visão Física ( em /com todos os sentidos) para que possamos receber com braços firmes e seguros estas crianças que estão surgindo. Umas chegam com a hipotonia proveniente do atrito celular enfraquecido regendo o abandono; outras com a hipertonia nascida do mesmo atrito estimulando o confronto. Algumas, devido a cuidados externos ( remédios, massagens, exercícios, etecetera), até conseguem construir matérias com tônus mais harmonizados dentro do útero materno, mas, quando não encontram estruturas emocionais fortalecidas, rapidamente se perdem na desarmonia do próprio tônus, produzindo do®enças cujo princípio básico é a deficiência respiratória, responsável pela minimização da potência energética da matéria.
Seres que trazem In.Si a divindade das múltiplas possibilidades presentes no Universo mas que, ao conviverem com aqueles que as vão orientar, ficam emaranhadas nas redes do medo cada vez mais intensificadas devido ao aumento de sentimentos retidos nas vísceras que formam movimentos de inveja, ciúme, raiva, derrota, fracasso, impotência dentre outros criados pela humanidade, para camuflar sua condição de Homus Fobus, aquele que precisa aprender a aprender com o medo produzido pela ânsia de viver a vida na plenitude do Holo.


Dedico este texto a Miguel Pereira, Lavínia Andrade e todos os novos seres humanos que estão surgindo no planeta.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Quem sou EU?


Esta é uma pergunta que não cala nunca, pois é formadora da humanidade.
Mesmo que não tenhamos plena consciência da sua existência em nossos pensamentos, ela acompanha a evolução do ser humano. Fomenta a curiosidade, alimenta a motivação e dá estímulo aos processos ansiogênicos que conduz a matéria ao amadurecimento.
A cada passo dado, surge uma voz que nos diz: “Você sou eu.”

Vamos caminhando com este Eu quando, repentinamente, surge um novo Eu para nos dizer: “Agora você é Eu.”
Todos válidos desde que nos agrade, satisfazendo todos os nossos desejos, ajudando-nos a fazer o que achamos que é o melhor para nós. E é. Naquele momento pensante é.
Chega um dia ... sempre chega ... em que um certo Eu se instala.
Faz morada em nosso corpo e acabamos por nos acostumar com ele. A acomodação aos movimentos deste Eu, tanto nos apraz, que impede o desenvolvimento de um olhar interno capaz de nos ensinar a acolher os outros EUs que não param de surgir. Às vezes por cansaço da busca. Na maioria das vezes por achar que somente aquele Eu pode ser aceito na construção do que é proposto como sobrevivência pela sociedade que nos cerca.
Esquecemos, em instantes como estes, que a única proposta da vida, constituída de complexos energéticos, é um fluxo ininterrupto de aprendizado nascido do simples prazer de aprender.
Perdemos a conexão com a conscientização destes muitos EUs, habitantes do Eu construído.

Acontece, que por mais que queiramos nos iludir de que não existe este processo interno de reconstrução diária, os movimentos do corpo físico vão sinalizando a presença destes seres indesejados, porque eles passam a nos “cutucar com vara curta”, independente da idade cronológica. A regra deste jogo está baseada na qualidade da vivência dos movimentos vitais utilizados para jogar, unida ao grau de observação de quem joga e o que é feito com ela.
Um joelho que dói, uma garganta que arde, um olho que não enxerga, uma cabeça que não para de incomodar, enfim.... sintomas ... ou serão sinais emitidos pelos seres internos que coabitam a matéria iludida pela ilusão?

Às vezes ganhamos a oportunidade de revisitar estes processos de evolução interna. Ganhamos uma doença, um acidente, um fato ou dores muito fortes que nos coloca em contato com este mundo invisível que nos move sem que possamos perceber.
Sendo capazes de observar o presente (onde o passado se faz sentir), aproveitamos a oportunidade. Pode ser que acabemos por conhecer o Grande Mistério da nossa essência, também denominada alma ou até mesmo espírito.
Percebendo, sentindo e olhando para os limites da matéria com olhos de ver dentro e fora do Eu formatado, descemos e subimos os degraus infinitos, condutores de divinas descobertas.
O único ingrediente indispensável para que possamos empreender esta viagem é a coragem de vivenciar os medos inerentes ao processo criativo. Vai dar Certo? Vai dar Errado? O que foi bom, continua sendo?

Perguntas que jamais ficarão caladas dentro dos peitos ávidos por empreender esta busca incessante e interminável.
Retirar o certo e o errado dos questionamentos pode conduzir ao: O que eu fiz? Porque fiz? Como foi feito? Pra que serve? O que ganhei? O que perdi?
A dedicação a cada um desses questionamentos, a humildade para se deixar orientar, a entrega aos processos de aceitação do novo são fórmulas que auxiliam na caminhada.
Assim fazendo, passamos a nutrir esta criança irrequieta que existe em nós, chamada vitalidade, que muito nos ensina sobre o tempo de estar e de ser, consciente de todas as palavras (pensadas, faladas e escritas) que constroem a narrativa da historia do indivíduo.

Quem sou Eu então, passa a ser o questionamento que impulsiona a arte de existir, onde jamais haverá espaço para a estagnação .

Onde será que este EU irá me levar? Taí um bom questionamento para o passo seguinte.

Moema Ameom
3/6/2009

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Cadê o Bebê?

O avanço da tecnologia trouxe maravilhas para a evolução da ciência.


As máquinas construídas pelo Homem ganharam terreno fazendo-os esquecer que também eles são maquinas, criadas pela natureza e produtoras de maravilhas.

Este esquecimento está conduzindo a humanidade a desvalorizar, dentre muitos, um dos mais belos momentos da construção da vida: o nascimento.


Hoje em dia, a ansiedade materna em saber se o que traz no ventre é menino ou menina, acaba por queimar uma etapa muito importante nos processos de formação do organismo humano: O Bebê.

Com a possibilidade de ser visto ainda na barriga da mãe, fica despercebido o fato de que quando de lá sair ainda não será menino ou menina. Esta nomenclatura passará a ser utilizada em fase escolar, de preferência por volta dos 4 anos, quando estiver amadurecido o suficiente para se moldar aos padrões sociais que o envolverem.

Os desajustes atingem até mesmo os movimentos relativos ao vestuário. Não se consegue comprar roupas ou utensílios para o bebê sem saber qual o sexo.

Que sexo? Como pode uma criança saber qual o sexo que lhe cabe ?

Quem surgirá do vente materno na hora do nascimento, é o bebe, ou quando muito uma criança.

Avançar no tempo a fim de saciar a curiosidade pode vir a dar início à construção de processos de ansiedade no bebê, caso os pais não consigam fazer da curiosidade alimento de regulagem dos seus processos ansiogênicos pessoais.

Como fazer para resgatar o instinto materno que, dentre outras coisas, fazia da mãe a dona do mistério da gestação ao mergulhar fundo na intuição ?

Como fazer para que os úteros venham a preservar um ambiente onde o feto possa ser formado sem a obrigação de expor seu sexo para ganhar espaço entre seus familiares ?

Como impedir esta invasão de privacidade?

Ou, como respeitar esta privacidade?

Como encontrar um caminho que possa unir os processos de utilidade médica da ultrassonografia com o discernimento do feto para que possa vir ao mundo sendo apenas bebê?


De repente a solução venha da conscientização dos adultos quanto a importância de ver no orgão genital apenas uma forma de orientação da matéria durante sua trajetória de vida, ampliando o espaço para que movimentos diversos possam ser experimentados na sua construção.


A surpresa do nascimento ficará voltada totalmente para a alegria da chegada!

Pode ser que assim, com a ansiedade saciada, ela possa ser superlativa sem afogar a família nas grandes ondas da emoção!


Que todos possam celebrar a chegada do bebê ... ou da bebê na totalidade da importância que representa para a continuidade da vida e preservação da espécie.


Moema Ameom

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Delírios

No Informal numero 15, escrevi falando sobre Delírios vividos em Cuiabá devido à constatação da rede de medos que envolve as pessoas impedindo-as de assumirem seus verdadeiros desejos e vontades.

Você ja reservou um pequeno tempo de sua vida para selecionar quantos medos traz "no bolso"?

Não falo apenas dos grandes, mas, principalmente dos minúsculos que se escondem sob a pele aprofundando-se nas águas das cadeias musculares, mergulhando na medula óssea.

Experimente fazer uso de um pequeno pedaço de papel levado com você no decorrer do dia, onde irá anotando todos os medos que conseguir detectar nas ações do cotidiano.

Encare a brincadeira como sendo um "jogo da memória".

Ao final do dia, leia seu papel e surpreenda-se com sua capacidade de poder sentir esta sensação/sentimento tão mal interpretada pela sociedade, única responsável pela percepção do limite.

Construir uma vida com limites bem estruturados é fazer da sua existência uma vida de emoções bem vivenciadas, dessas que fornecem ao Ser Humano uma Consciência mais ampla quanto ao seu verdadeiro papel na sociedade.


Vamos conversar sobre este assunto?


Moema Ameom

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

DESEJO


Desejo

Moema Ameom

Para que a vida trace um sentido coerente com a existência não basta encontrar o amor. É preciso chegar ao Desejo.

O desejo fomenta a paixão no amor.
Sem paixão o amor enfraquece, perde a excitação e não mantém a potência unificadora.
O desejo manifesta-se no Corpo Físico (CF) do bebe e se expressa na luta permanente da matéria através da liberação de reações, onde o objetivo único é absorver atenção, compreensão e entendimento daqueles que o cercam.
Nada é capaz de aplacar este impulso que conduz o ser aos embates emocionais sinalizadores de soluções, mesmo quando não saciam o desejo.

Que ele jamais seja saciado, provendo a convivência com a ânsia constante de renovação oriunda do amor próprio, esta criança insatisfeita e ansiogênica que revitaliza a medula óssea.

O desejo é arteiro. Cria a capacidade de produzir arte. Queima ou alaga na ventania o que o amor constrói e desafia à reconstrução.
Instiga ao risco ameaçando o ganho (certo) com a curiosidade da perda(errado).

O desejo transforma o sentido de viver em algo inatingíve, gerando confrontos diários com a impossibilidade de atingir o alvo desejado.
Desejar o desejo é ir muito alem do existente acreditando na estrutura da sua presença cotidiana.

Tão importante torna-se a vivência do desejo que faz-se necessário objetiva-lo, forma-lo e personifica-lo para que se possa foca-lo e percebe-lo com nitidez.

Daí as paixões que sufocam o amor e acabam por destruí-lo.
Se a visão é ampliada, enxerga-se o amor na paixão para aprender a ver a paixão no amor.

Assim deve ser o olhar voltado ao caos emocional. Nas ondas conturbadas que afogam o pensamento nublando o raciocínio e extrapolando as ações, expressões e atitudes histéricas, encontra-se a tábua de salvação: o tempo.

Se dele surgir o apoio interno natural da aceitação orgânica do momento, cessa a paixão. Escorre o atrito caótico formador da re. Te(n)são e surge a paz. Vem da expiração plena, natural e total. Vem da liberação do Medo (MD) nas águas viscerais. Vem no fluxo vital.

Neste ponto de encontro onde a pulsação cardíaca encontra sua ressonância cósmica nos ossos, esta o amor sendo nutrido pelo desejo mantendo o Querer (Q) completa.Mente renovado.

Comunhão do Ser com o sentido de ser.



quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Moitakuá em Santa Catarina após a enchente

Em janeiro de 2009, eu, ReNata Batista, estive em Ilhota para trabalhar como voluntária no processo de reconstrução após as enchentes que assolaram a cidade e tantas outras no estado de Santa Catarina.

Fui como representante de Moitakuá, ajudar nos processos emocionais que uma tragédia sempre provoca. Aliás, a vida no seu curso natural sempre os provoca. Estamos aqui para viver processos emocionais!

Quando eu cheguei o pior já tinha passado. Não havi mais chuvas fortes, nem resgates, nem buscas. Mas havia pessoas. Gente abalada, entristecida. E o trabalho era: ajudá-los a se reerguer, sobretudo dar-lhes suporte emocional para o recomeço.
Sempre vi que momentos como este são oportunidades de crescimento e recomeço. Reonctrução e conscientização.
Como profissional de Moitakuá, é o que fui fazer lá. Só que ainda não sabia como.
Para se ter uma idéia do que estamos falando, fotografei o Braço do Baú, uma das regiões mais atingidas (a pior de todas é o alto do Morro do Baú). Veja algumas das imagens:













No meu primeiro dia trabalhei com a Visão Mundial, uma ONG ligada às Igrejas Evangélicas que está mobilizando voluntários destas, sobretudo do Estado de São Paulo. Fui com um grupo grande para um abrigo que fica no bairro Ilhotinha. Nossa missão: cada um faria aquilo que achasse necessário. Eu fui conversar com as pessoas. Ouvir muito e falar pouco. Fiz um comentário sobre a retirada das árvores que enfraquece a terra, ouvi um comentário sobre a ganância do ser humano, e tal... Depois ajudei a tirar água da varanda, porque estava chovendo sem parar. Depois brinquei com as crianças. Depois, faminta, almocei.

Na saída, ouvi uma evangelizadora me dar uma dica: que eu não falasse das causas humanas da tragédia. Por mais que a gente saiba que elas existem, não era conveniente para o momento. Ok, eu respondi.

No meu alojamento, vi muitas garrafas pet se amontoando e pensei: Meu Deus, quanto material reaproveitável indo pro lixo, pra poluir e ocupar espaço nos aterros sanitários! Não, isso não pode ficar assim!

Fui conversar com o pessoal da Visão, já que eles estão mobilizando voluntários, pra ver se pelo menos nos alojamentos nós conseguiríamos fazer a coleta seletiva. De lá, acabei indo parar na Secretaria de Educação. Criei e apresentei o projeto Arte do Movimento Sustentável - programa de Conscientização Ambental e Humana, consistindo em:

> Incentivar a Coleta Seletiva
> Realizar Oficinas de Artesanato com materiais recicláveis
Escrevi um material educativo sobre reciclagem semelhante ao que foi publicado nO INFORMAL 12 e distribuí para os coordenadores dos abrigos a fim de que a coleta seletiva fosse feita lá também.
Falei com catadores de recicláveis, cativei o Frei da cidade para conclamar os fiéis da Paróquia Pio X a separarem seus lixos. Com a ajuda da Doris, vinda de Sorocaba, iniciou-se a realização de Oficinas de Artesanato com reaproveitamento de materiais, e a Dona Rita passou a ensinar cestaria com jornais e a Maria Idalina, um trabalho com retalhos.





A proposta nunca foi atingir um número imenso de pessoas de início, mas abrir um canal diferente de possibilidade criativa e criadora. Apontar um caminho no meio do caos. O que viesse para o futuro, seria lucro.



Mas como é difícil investir no presente! O pensamento geral é: futuro. Vamos gerar renda, emprego, e tal........ Meu maior trabalho foi o interno, o de pensar pequeno.

[Eu acredito que a vida já é grandiosa por si só. O Ser Humano não precisa de atos grandiosos para ter seu valor, tudo já está aí, numa única partícula de tempo! O que é pra ser já é.]

Maktub!



Bem, fui caminhando... Sou Moitakuense, sou Pa(z)ciente!

Fizemos, em cinco dias, seis oficinas – 1 no Salão da Igreja, 4 em 3 abrigos, finalizando no Coreto da Praça Central.













Paralelamente, fui, tal e qual uma formiga, colocando gota a gota a conscientização sobre o valor da reciclagem e a necessidade da Coleta Seletiva. Articular os catadores de lixo foi uma missão árdua, inclusive porque o reconhecimento geral da importância deles não existe. A idéia que se faz é de que eles são porcos que têm que catar o lixo como ele estiver, e se estiver misturado com comida, que separem. Dizem que é muita folga o sujeito querer encontrar as garrafas pet e os copinhos separados dos restinhos de comida, uma vez que é o trabalho deles!

Essas e outras micro-missões, eu fui encarando. Fazer e refazer cartazes pra convencer de que separar é fundamental para a roda girar.


É um caminho árduo, que só me convenceu mais e mais de que as grandes revoluções se fazem com pequeninos atos e atitudes.

Um dia, eu estava lavando os galões de lixo onde eu arduamente trabalhava para que os materiais fossem descartados seletivamente. Pedi a uns voluntários paulistas:
- Algum de vocês pode me ajudar numa missão sanitária ecológica?
Os olhares foram de esquiva.
- Mas nós estamos aguardando para ir para uma missão sanitária ecológica...

OK! Fui pegar baldes enormes cheios de água para levar pra área externa e lavar os galões... e eles ficaram olhando, provavelmente porque o trabalho de esperar não podia parar! Depois fiquei pensando: eu posso ter sido grossa com eles, afinal de contas estava passando mal, portanto não estava pra gracinhas e simpatias. Talvez eu tenha expulsado meus prováveis ajudantes... Que fique a lição - não para eu ser simpática quando não quero, mas para observar-me internamente antes de me comunicar com alguém.


*
Foi muito trabalho porque foi um trabalho interno, quântico - como são todas as construções sólidas.
Tomei muito cuidado para que não ficasse nada para trás. Coisas simples, como arrumar a cama e limar o chão, colocar no lugar o que tirei, devolver no lugar de origem cada coisa retirada.


Ou seja, o propósito no ual investi foi: plantar uma semente legítima na cidade. Uma vez que não ficaria lá pra sempre, fazia parta da minha missão disseminar idéias que, espero, germinem um dia – assim como espero que não demore... mas isso não depende de mim. O que eu podia, fiz.

Quisera eu ter feito mais. Mas fiz o que pude. E, sendo verdadeira a semente plantada, sei que vale muito mais do que uma grande árvore que não tem verdade e fica sem raiz. Agora, tudo só depende da fertilidade da terra...

Que assim seja!


*
Minha missão durou 2 semanas (de 1º a 16 de janeiro), que pareceram meses, tamanho o trabalho. Até as pessoas que estavam lá sentiram isso.
Hoje é 22/jan e estou na casa de meus pais, a 1 hora de Ilhota. Amanhã retornarei para as derradeiras ações. Encerramento desta etapa. Haverá outras, revisitarei Ilhota ainda. Mas isso, sabe-se lá quando será...