terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

DESEJO


Desejo

Moema Ameom

Para que a vida trace um sentido coerente com a existência não basta encontrar o amor. É preciso chegar ao Desejo.

O desejo fomenta a paixão no amor.
Sem paixão o amor enfraquece, perde a excitação e não mantém a potência unificadora.
O desejo manifesta-se no Corpo Físico (CF) do bebe e se expressa na luta permanente da matéria através da liberação de reações, onde o objetivo único é absorver atenção, compreensão e entendimento daqueles que o cercam.
Nada é capaz de aplacar este impulso que conduz o ser aos embates emocionais sinalizadores de soluções, mesmo quando não saciam o desejo.

Que ele jamais seja saciado, provendo a convivência com a ânsia constante de renovação oriunda do amor próprio, esta criança insatisfeita e ansiogênica que revitaliza a medula óssea.

O desejo é arteiro. Cria a capacidade de produzir arte. Queima ou alaga na ventania o que o amor constrói e desafia à reconstrução.
Instiga ao risco ameaçando o ganho (certo) com a curiosidade da perda(errado).

O desejo transforma o sentido de viver em algo inatingíve, gerando confrontos diários com a impossibilidade de atingir o alvo desejado.
Desejar o desejo é ir muito alem do existente acreditando na estrutura da sua presença cotidiana.

Tão importante torna-se a vivência do desejo que faz-se necessário objetiva-lo, forma-lo e personifica-lo para que se possa foca-lo e percebe-lo com nitidez.

Daí as paixões que sufocam o amor e acabam por destruí-lo.
Se a visão é ampliada, enxerga-se o amor na paixão para aprender a ver a paixão no amor.

Assim deve ser o olhar voltado ao caos emocional. Nas ondas conturbadas que afogam o pensamento nublando o raciocínio e extrapolando as ações, expressões e atitudes histéricas, encontra-se a tábua de salvação: o tempo.

Se dele surgir o apoio interno natural da aceitação orgânica do momento, cessa a paixão. Escorre o atrito caótico formador da re. Te(n)são e surge a paz. Vem da expiração plena, natural e total. Vem da liberação do Medo (MD) nas águas viscerais. Vem no fluxo vital.

Neste ponto de encontro onde a pulsação cardíaca encontra sua ressonância cósmica nos ossos, esta o amor sendo nutrido pelo desejo mantendo o Querer (Q) completa.Mente renovado.

Comunhão do Ser com o sentido de ser.



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