Estou me referindo à loucura nossa de cada dia que penetra pelos poros sob forma de solicitações, cobranças, regulamentos e conceitos a serem cumpridos sob pena de reclusão social e familiar.
Movimentos contraditórios e incoerentes frutos de objetividades nubladas pelo desrespeito aos processos pessoais de (in)evolução.
Loucura esta que, para não produzir distanciamento da convivência, leva o ser humano a contorções mirabolantes nas suas formas de pensar e existir.
Elogiar leva-me a intensificar ao extremo a tensão das redes nervosas a fim de descobrir como fazer para senti-las, percebe-las e observa-las nas entranhas, onde mora a nitidez.
Até quando??
Até quando iremos necessitar desta intensificação para descobrirmos que temos o direito de usar nossos movimentos sem culpa?
De onde vem a culpa?
Surge das ondas de retorno provocadas pelo desrespeito, jogo que inibe o amor próprio.
Respeitar significa aceitar as ondas emocionais circundantes, inibindo o desejo de mudá-las externamente, direcionando as críticas para a construção de um raciocínio lógico, unificando razão e sensibilidade em prol da regulagem do tônus orgânico.
Como posso me sentir culpada por algo que o outro processa em seu interior? Que prepotência é essa que me leva a tal conjectura? Vontade de sentir pelo outro pra ver se desvendo os mistérios da sua alma? É mais fácil e simples adotar o diálogo sincero, sem subterfúgio. Sem medo de se mostrar louco(a).
Surgindo este medo (e ele sempre surge há milênios), se não for vivenciado a contento, vem a desestrutura que desencadeia a rede da loucura; aquela que me balança de um lado para o outro dentro de mim mesma. A esta rede dou o nome de Estresse.
Dúvidas desabrochadas me fazem conviver com muitas pessoas ao mesmo tempo. Todas frutos do meu Ser, mas eu nem ao menos tenho tempo para provar um deles, sentindo o gosto gostoso de des.frutar do seu néctar.
A falta de tempo faz o tempo se sentir inútil. Pra que existir se nem ao menos é observado? Se não é observado, como será utilizado?
É assim que a loucura nos faz construir o fim daquilo que jamais finaliza – A Vida, que, ao produzir ondas, nos leva a dançar nas águas turbulentas, caudalosas das emoções que vitalizam o Sistema onde o absorvido precisa ser processado para ganhar consciência.
Pra que?
Só pra saber o que foi que EU vivi na totalidade do saber que EU produzo e me pertence.
Quem sabe assim, seremos capazes de criar uma nova sociedade onde a violência existirá apenas como alimento à loucura que nos faz Humanos?
Moema Ameom
15-9-2009
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