MOITAKUÁ E O QUANTUUM
Moema Ameom
Há muito tempo atrás, lá onde o tempo fazia a curva, a humanidade teve acesso a uma ideia luminosa que dizia: o que esta em cima, se vier a se soltar, cai no chão. Parece óbvio? Mas não era na época. Os questionamentos existentes nas mentes humanas conduziam a conjecturas que estimulavam a curiosidade gestando conceitos múltiplos e transformadores. Acredito que era caótica a partilha. O óbvio não devia existir com tanta facilidade.
Esta nova idéia, como tudo que atiçava os seres daquele período, passou a ser estudada por muitas pessoas, todas ansiosas por formar conceitos que ajudassem a dar um fim ao caos reinante.
Assim surgiu a Física Clássica, iluminando as consciências humanas. Com o passar do tempo, porem, esta novidade foi ganhando intensidade demasiada, devido à maneira como foi sendo utilizada, passando a cristalizar formas. Acabou por perder o frescor da pesquisa e do aprendizado, oriundas da re.formula(a)ção permanente regida pelos processos de re.Vitalização orgânica.
Criaram-se regras e estas, ao invés de regrar, regular, orientar, tomaram a característica de ordem. Não a ordem que organiza, mas aquela que ordena sem abrir espaço para o respeito à troca de idéias.
Foi assim que o Homem sedimentou em sua memória cognitiva algumas ideologias tais como: > se deixar vir o movimento da entrega vou cair; se cair vou me machucar; se me machucar vou me estragar; se estragar não vou prestar pra mais nada.
> se isto diz pra fazer assim, não posso fazer assado; se fizer assado estou errado; se fizer assim estou certo.
> se olho para alguma coisa na minha frente e vou na direção dela estou andando em linha reta; como a linha é reta, se andar depressa chegarei mais cedo (de preferência antes do outro que está vendo a mesma coisa); se correr, alcançarei mais rápido ainda meu objetivo que é o que vejo à minha frente, tal qual cavalo (ou burro) com antolhos.
> zelar é cercear a expressão para fomentar a ilusão de que posso mandar no amor; sendo ele sentimento proveniente da vivência, quanto mais intensifico o zelo mais distante fica o amor.
Com a passagem do tempo, ainda lá atrás, apesar de toda a crença depositada na solução através do controle, o caos continuava ainda mais intensificado. Pensou-se, então em ampliar a energia anti-fluxo já existente. Criaram fórmulas novas de domínio, que se fizeram óbvias (ganhou força o óbvio) através das armas nucleares.
As consciências perderam o contato com a força da transformação (renovação molecular) e as matérias humanas passaram a caminhar pela trilha do medo. Castigos, punições, vinganças, extermínios, foram ganhando espaço na mídia que, por sua vez, alimentava-se destes movimentos mórbidos e manipuladores de ondas emocionais.
... E o planeta mergulhou nas trevas do pânico. Começaram a surgir trilhas de bifurcações emocionais: uns caminhavam na direção da concórdia e outros da discórdia. O atrito causado formatou a visão linear intensificando a insegurança e, consequentemente, a sociedade desequilibrou completamente.
Era o Caos controlado!
Para ver se arrumava a situação, o Homem deixou vir à tona suas descobertas sobre a Física Quântica que falava o oposto da Clássica. Abriu-se, então, um mar de possibilidades para os seres humanos arredondando a vida, valorizando os sonhos, mostrando que no movimento que desce existe o que sobe; aquele que vai pra frente é construído com o que vem de trás; quem caminha sempre alcança desde que saiba onde pisa. A irmandade com a natureza retornou sacudindo a responsabilidade diante dos estragos realizados na tentativa de formar o que já estava formado. Assim sendo postulou: por mais que você queira sair do lugar, os processos vitais o levarão ao mesmo lugar onde estava.
Era o Caos descontrolado!
Como evoluir sem sair do lugar? Como alcançar os sonhos sem evoluir? Onde e com quem aprender sobre isso? Lá no Oriente ... pensaram os ocidentais; enquanto isso os orientais pensavam a mesma coisa, pois o redondo deles também ficou retilíneo por força da inflexibilidade cerceante dos dogmas criados.
Querendo ou não todos estavam no mesmo planeta dominado pelo medo de viver.
Quem tem medo da vida castiga; quem castiga é castigado. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.”
Assim era a coreografia dominante apesar de toda ebulição da Física Quântica!
Hoje, ela e seu quantum (ou quark)ocupa um espaço maior no mundo e já adentra a área da educação, do marketing, da propagada, enfim.... da sociedade.
Porem as mentes construídas com as duas informações ficam ora no passado, ora no presente e o futuro está caminhando para a mesma desestruturação do tempo remoto antes da descoberta da física clássica.
Vivencia-se na matéria o exemplo de que realmente jamais sairemos do lugar enquanto não aprendermos a olhar em volta, observando com atenção as mínimas mutações que constroem o cotidiano, valorizando o olhar de quem olha para absorver e conscientizar o que sentimos quando processamos esta descoberta. Certamente a evolução parecerá monótona, morosa, infrutífera ou até mesmo antiquada devido à semelhança com aquele tempo em que a curva era feita pelo tempo.
Mas, quando o Homem vier a dançar nas ondas ansiogênicas de seu tempo interno, aprendendo a lidar com os processos de aceitação para absorver deles a motivação para sua existência, seremos capazes de sentir a velocidade do segundo na formação estrutural dos movimentos vitais.
Urge que nós adultos, reavaliemos nossa visão Física ( em /com todos os sentidos) para que possamos receber com braços firmes e seguros estas crianças que estão surgindo. Umas chegam com a hipotonia proveniente do atrito celular enfraquecido regendo o abandono; outras com a hipertonia nascida do mesmo atrito estimulando o confronto. Algumas, devido a cuidados externos ( remédios, massagens, exercícios, etecetera), até conseguem construir matérias com tônus mais harmonizados dentro do útero materno, mas, quando não encontram estruturas emocionais fortalecidas, rapidamente se perdem na desarmonia do próprio tônus, produzindo do®enças cujo princípio básico é a deficiência respiratória, responsável pela minimização da potência energética da matéria.
Seres que trazem In.Si a divindade das múltiplas possibilidades presentes no Universo mas que, ao conviverem com aqueles que as vão orientar, ficam emaranhadas nas redes do medo cada vez mais intensificadas devido ao aumento de sentimentos retidos nas vísceras que formam movimentos de inveja, ciúme, raiva, derrota, fracasso, impotência dentre outros criados pela humanidade, para camuflar sua condição de Homus Fobus, aquele que precisa aprender a aprender com o medo produzido pela ânsia de viver a vida na plenitude do Holo.
Dedico este texto a Miguel Pereira, Lavínia Andrade e todos os novos seres humanos que estão surgindo no planeta.
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