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Moema Ameom
Talvez incentivada pelo retorno da Internet em minha casa, talvez pelos ajustes feitos no leptop, ou, quem sabe, tomada pelos acontecimentos que me envolveram nos últimos dias, ou ainda pela proximidade da entrada do verão, signo de Capricórnio, o regente do meu sol, pela tomada do Complexo do Alemão – Rio, ou por estar nadando nas ondas da esperança ... sabe-se lá o que me faz, neste momento, criar uma colcha de retalhos com pedaços do meu emocional.
Idéias materializando-se para ...
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Como é simples e fácil dançar um pas des deux comigo mesma! E pensar que tive tanto medo de aceitar este desafio! A confiança em mim como partner era nula. Falta agora conseguir me abster da necessidade dos aplausos. Está sendo instigante (belo estímulo) uma vez que, em águas passadas, apoiava-me na intensidade do som proveniente deles para equalizar minha sensação de sucesso. Por mais que eu conheça, em teoria, o que isto significa e/ou significou, o organismo sente falta do som. É isso! Do som pura e simplesmente. É preciso afinar o instrumento em outro diapasão. Para tal, vou buscar a acuidade da audição; ouvir meu cliente interno, que sou eu mesma, para que possa administrar melhor esta fábrica de vida que é o meu corpo físico. Estou nessa!
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Interessante esta história do que vem a ser profissional.
Outro dia, em conversa com uma amiga, consegui verbalizar sobre uma visão interna que me faz companhia há muito tempo.
Todos os seres humanos (pessoas) coexistem com uma única profissão: cuidar, manter e preservar os movimentos vitais.
Como “pessoa” vejo o Sistema Nervoso Central que faz a manutenção da matéria através do contato intercambial com o encéfalo e a medula espinal.
A “profissão” é fornecida pelo Sistema Nervoso Periférico, onde, através de seus meandros criativos de ação/reação, proporcionam à “pessoa” a possibilidade de aplicar conhecimentos e sabedorias adquiridos e conscientizados na prática do cotidiano, alicerçando a Inteligência Emocional ao patamar de Inteligência Intelectual e vice-versa.
Vejo os movimentos vitais como sendo pura arte. Portanto, considero a profissão de artista aquela que reúne os homens em torno de um único ideal: viver em paz consigo mesmo. Talvez seja por isso que as pessoas/profissionais que fazem da arte uma canalização para a criação da profissão social, sejam tão minimizadas pela sociedade, ao mesmo tempo em que são endeusadas. É o reflexo da dualidade do Homem gerada pelo medo de assumir sua condição humana. Que condição é esta que tanto aflige a tantos? A de ter que administrar, dentro de si mesmo, razão e sensibilidade, assumindo, como única obrigação, manter a ressonância harmônica entre estas duas sensações térmicas de existência.
Como gerar processos de união entre o frio e o calor, equalizando-os dentro de um só corpo? Quanto mais for capaz de aplicar na prática a criatividade artística inserida em suas moléculas, melhor cumprirá seu dever de cidadão dentro do seu complexo orgânico.
Sendo assim, cabe ressaltar a importância da valorização dos movimentos artísticos inseridos na área educacional, para que através deles, o Homem possa vir a conscientizar o medo de sentir o medo que tanto o distancia dos limites imprescindíveis para uma boa administração de sua vitalidade física, mental e espiritual.
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Curiosas são as interlocuções existentes sobre o vem a ser homem/mulher; feminino/masculino; macho/fêmea.
Gosto de simplificar estes dois movimentos vendo-os como sendo + e -, ou melhor, expansão e contração reunidos em uma única proposta de vitalização: manter os processos de concentração responsáveis pela manutenção das matérias a fim de preservar as formas de vida.
Quem contrai mais ou menos, o Homem ou a Mulher ???
Só dá pra responder esta pergunta se for para criar uma bela piada e ouvir o som de uma gostosa gargalhada que brotará naturalmente de tamanho absurdo contido no questionamento.
Portanto, quem é o maior responsável por isso ou aquilo? Quem faz assim ou assado? Quem guia quem pra onde? Por que? Pra que? Dividir responsabilidades? Como fazer para crescer e multiplicar se ficamos a dividir?
Mais uma vez apresenta-se, pelo mesmo motivo, a dualidade humana. Olhar para o profissional interno antes de realizar tarefas associadas àquele externo, certamente ajudará “a pessoa” e suas incessantes buscas por algo que não precisa ser buscado. Basta ser conscientizado!
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Literatura é uma bela arte.
Palavras servem para distrair a mente.
Fazem brincar os pensamentos!
Levá-las a serio inibe a capacidade de extrair das mesmas, jorros de criatividade de onde surgem as fontes brincantes da alma.
Imaginá-las como únicos guias da verdade, inibe os processos permanentes de (in)evolução que nos coloca em contato com as verdades contidas na concentração, necessárias para a regulagem vital dos movimentos de contração e expansão – pulsação-
Estes são os coreógrafos do pas des deux cuja melodia vem da divindade existente na conscientização, aceitação e valorização do momento presente.
Da convivência com a negritude desta bela dança surge a LUZ!
Itaipuaçu, 1 de dezembro de 2010
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