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Transcrevo um trecho do livro escrito por mim em 1999 onde assino Moema Corrêa. Seu título “Uma Viagem em busca do Meu Umbigo” sinaliza a profunda entrega aos meus sentimentos realizada com maestria devido ao belíssimo apoio proveniente do Dr. Stèphano Sabetti – criador da Life Energy Therapy - e sua equipe, durante meus estudos no Institute for Life Energy
“Fico triste quando vejo esses belos homens da minha terra vestindo ternos de casimira inglesa, gravata e camisa de seda italiana, sapato e pasta de cromo alemão em pleno verão de 40 graus à sombra. Entram em seus carros com ar refrigerado, suas salas com ar refrigerado, construindo um mundo onde o ar e a vida são falsos. Mantêm a ilusão de que estão na Europa para serem aceitos pela sociedade como pessoas importantes e que sabem tudo sobre todos. Vivem uma realidade que não é a deles e impingem aos outros esta mesma realidade. Tomam decisões e definem o destino (porque são poderosos) de suas famílias e do País. Tem também aqueles que vestem jeans, tênis Reebok, masca chicletes, usam T-Shirts, dançam e cantam rock ou veneram country music, Rolling Stones e Kiss dentre outros. Também estes, sentindo-se nacionalistas, defendem causas pelo país e se dizem brasileiros. Com razão são brasileiros! Povo sem memória, que para sentir alguém precisa imitar os outros e depois chamar os outros de macacos de imitação. Os macaquitos somos nós que não sabemos nossa dança e nem ao menos queremos aprendê-la por vê-la com desvalia.” [pags. 74/75]
O principal desta transcrição é colocar-me como exemplo de que quando iniciamos a trajetória do conhecimento sobre nossas ondas emocionais, a escrita e a verbalização se projeta para fora desarticuladamente. Aos poucos, com coragem para ver e rever nossas incoerências internas, arrumamos a casa redecorando-a de acordo com nosso real desejo.
Quando finalizei meu Spiritual Inquiry realizado na Itália – de onde surgiu o livro – escrevi: “Aprendo, com minha vivência, uma grande lição: o verdadeiro mestre é aquele que nada sabe e , deixando-se ser humilde, abre-se para o constante aprendizado com aqueles que o procuram para aprender.”[pag.22]Eu me procurei para aprender. Adentrei os árduos caminhos da verdade interior e hoje não escreveria nada do que escrevi da maneira como escrevi. Porém, se não o tivesse feito, como poderia hoje saber disso?
Ousei. Arrisquei. O livro saiu repleto de erros de ortografia e impressão. Disseram-me: “Queime tudo (5000exemplares). Sua imagem será denegrida com estes livros errados.”
Se o foi pelos outros, não cheguei a saber, porém para mim, foi prova de sincera coragem onde pude lidar com meus medos.
Principalmente aqueles de sentir os medos que minha insegurança proporcionava. Cresci muito com este livro errado.
Foi e ainda é uma verdadeira viagem ao encontro do meu umbigo que, na época, encontrava-se atado a sentimentos mal traduzidos por serem desconhecidos pela minha consciência.
Moema Ameom
Itaipuaçu, 16/11/2010
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