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Moema Ameom
O renomado psiquiatra Miguel Chalub em entrevista a Isto É, transcrita em partes pel’O Informal, vem nos sinalizar a importância de vivenciarmos a tristeza.
Quando diz que “a tristeza patológica fica nas entranhas” e “as raízes da depressão estão na infância”, abre-me um caminho de debate em torno de idéias moitakuenses.
O nível de intensidade de retensão energética realmente é a grande responsável pela depressão orgânica. Uma está estreitamente relacionada à outra e formam entre si um forte elo de união. Podemos ver esta relação mais ou menos assim: pequena retensão ocasionará um simples fluxo de tristeza que se dissipará quando o momento fizer o mesmo; a média produz um colapso emocional que permanecerá no organismo por um tempo mais prolongado e a grande retensão energética instala-se no Sistema transformando-se em tristeza patológica, ou seja, aquela que não encontra mais caminhos para sair das vísceras. Estagna-se nas entranhas.
O fluxo emocional é contínuo. Produzido pelas ondas neurais, distribui-se pelo Corpo Físico – CF- estimulando-o à entrega aos riscos, gerando motivação construtora de ações e reações. Sendo este ir e vir o princípio vital, as ondas que saem do CF, retornam ao mesmo conduzindo-o a convivência com os processos da vida. Quando, desde a infância, os riscos e demandas provenientes dos mesmos não ganham apoio necessário para que possam ser vivenciados na totalidade, pequenos nós energéticos vão surgindo instalando-se nas águas orgânicas: músculos, ligamentos, tendões, órgãos (incluindo a pele) e ossos( incluindo unhas e pelos).
Conforme diz Dr. Chalub, “os acontecimentos atuais não levam à depressão verdadeira, só muito raramente.” Certamente não levam, porém, aumentam bastante o que já existe, intensificando a pressão e proporção do nó. Um dos sinais bem óbvios do corpo quanto a este movimento são os tumores, que demonstram um grau de depressão aguda da matéria. Acúmulo de energia cujo ciclo se constrói no antifluxo, acaba por hiper aquecer moléculas, causando os tumores e o Câncer. A tristeza patológica seria o câncer emocional numa comparação um pouco grosseira feita com a intenção de facilitar a compreensão da idéia.
“Mexer na infância pode ser muito doloroso” conforme diz nosso ilustre médico. Mexer no corpo também. Porém, quando associamos corpo e mente através da arte, o lúdico desperta a fantasia e a dor fica bem mais leve de ser suportada. Passa até mesmo a servir de motivação para belas descobertas sobre a vida já vivida por dar à mesma capacidade de servir como fonte de aprendizado para passos futuros.
A dança da vida surge como divindade e benção.
Itaipuaçu, 15/11/2010
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