quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dinheiro Virtual

Moema Ameom

Será que uma vida construída na virtualidade é capaz de adentrar a realidade financeira? Partindo do princípio que a busca cada vez mais incessante pela vida virtual deve-se ao enfraquecimento do estado emocional e, sendo o mesmo, ampliado pela fuga da realidade, como ser capaz de confrontar as dificuldades da vitalização? Sem o fortalecimento interno ressonante com as ondas emocionais decorrentes dos riscos, como captar sintonia com motivações vitais?

Estes foram os questionamentos feitos na última edição d'O Informal.
A narrativa da matéria nos confronta com uma realidade bem triste, que vem a ser a dificuldade dos jovens de hoje, construtores do amanhã, de coordenarem com equilíbrio seus movimentos monetários.

Sendo os responsáveis pelos processos do futuro, que tipo ou qualidade de mercado financeiro podemos vislumbrar? Acredito que talvez este seja um dado que desperte a curiosidade dos adultos hoje responsáveis pela orientação dos mesmos, uma vez que, devido à aposta acirrada na importância dos valores materiais, passaram a relegar para segundo (ou último) plano, os verdadeiros valores de construção do indivíduo.
Quem sabe agora, diante desta calamidade que se apresenta, os seres humanos venham a olhar com mais atenção para o apoio emocional necessário na boa formação de crianças e jovens?

Como torná-los capazes de conviver com os movimentos vitais que tanto os amedronta fazendo-os buscar refúgio na virtualidade?
Projetando sobre eles um grau de atenção equilibrado onde a objetividade esteja focada na condução de suas ânsias e desejos.

Sonhos costumam fomentar o que possuímos de virtual dentro do organismo, pois estimulam a potência criativa proveniente do lado direito do encéfalo; criatividade (real fonte de vida) canalizada apenas para a imaginação é geradora da desvitalização interna. Sem que venham a aprender a como lidar com estes impulsos energéticos, observando-os como sendo motivação que os direciona a um grau intenso de trabalho importante na concretização dos mesmos, acabam por fomentar a virtualização mental. Acreditam que são capazes encolhendo-se no medo de testar se realmente o são.

O Sistema Humano é construído através da regulagem do tônus visceral, e o mesmo, para produzir equilíbrio no esqueleto ósseo – estrutura do Corpo Físico -, necessita de sintonia harmônica com as ondas nervosas provenientes de ambos os lados do encéfalo. Esta construção tornar-se-á desequilibrada caso a imaginação e a fantasia não possam se unir de maneira adequada aos movimentos de razão e lógica, colocando a coordenação motora em teste constante. Os riscos vividos tendo apoio emocional, serão transformadores do medo que passará a ser sinalizador dos limites.

Os estímulos à acomodação que a vida moderna apresenta como sendo status social, não possibilita uma boa (in)evolução motora acarretando debilidade emocional. A matéria orgânica precisa de testar-se diante de dificuldades fazendo, destes testes, provas de habilidade e não estímulos para sofrimento. Um corpo que não vê sua capacidade de se defender em todos os sentidos – utilizando os sentidos -, não tem como desenvolver segurança. É bom clarear que estou falando de: visão, olfato, audição, paladar e tato que serão os mestres nas provas de experimentações corpóreas, desde que suas atividades sejam conscientizadas.

Seres inseguros, sempre estarão em busca de subterfúgios quando diante dos confrontos com os fatos da vida desagradáveis e incômodos. Nada melhor do se imaginar potente utilizando para isso o caminho financeiro, uma vez que é o mais importante para a sociedade vigente. Esta é a receita para a formação de seres humanos prepotentes que tenderão a gerar inveja, ciúme, raiva, tristeza, euforia, dentre outras deturpações de ondas sensoriais que costumam chamar de sentimentos. Todos eles veículos de desequilíbrios emocionais.

Quando vemos os caminhos espirituais sendo distorcidos pelo valor financeiro, o que mais podemos esperar desta sociedade que nos cerca?
Eu espero, com fé, pelo despertar de um novo paradigma de consciência onde o cuidado permanente com os Sistemas Nervosos seja aprendido nos lares e nas escolas, por pais e professores.
A metodologia já existe: Moitakuá.
Será pedir muito aos céus?

Itaipuaçu, 15/11/2010

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