domingo, 19 de junho de 2011

Quando o corpo é suporte da arte e dos valores

ReNata Batista



A pintura corporal para as comunidades indígenas tem um significado muito especial.

“para muito além do conteúdo estético pos-sui finalidade mágico-simbólica, vinculada que está ao universo mítico-cosmológico da comunidade, além de, entre outras funções, servir de “carteira de identidade” de quem a exibe, ao revelar dados sobre sua etnia, posição e prestígio social, sexo, idade, filiação a esse ou àquele clã, estado civil, se participa de algum ritual, etc”¹

“As cores e os desenhos ‘falam’, dão recados. Boa tinta, boa pintura, bom desenho garantem boa sorte na caça, na guerra, na pesca, na viagem (...)”²

Nada é gratuito. Cada traço tem um significado, cujo valor é transmitido de geração a geração, mantendo viva a tradição, memória e riqueza daquele povo.

O que será que isso nos ensina? Imagine você sendo o suporte de um significado mítico do seu povo, materializando no seu corpo toda uma história e relação com o mundo, inscrevendo na sua matéria significados profundos da sua cultura... Imaginou? Que valor tem isso pra sua vida? E para a vida de toda a sociedade, para a preservação da humanidade?

Quem, hoje, vivendo a cultura do i-mediatismo, do efêmero, dedica seu tempo a tais significados e valores tradicionais? Será que essa relação de valores tem importância?

[1] http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag003.shtml|
[2] http://www.historiadaarte.com.br/arteindigena.html

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