segunda-feira, 20 de junho de 2011

MACONHA



Moema Ameom

Muito se tem falado e discutido sobre a liberação da maconha e eu considero este assunto de relevante interesse para o ajuste da nossa sociedade.

Movida pelo interesse de participar destes movimentos, coloco aqui meu ponto de vista, abrindo-me para os debates.

Acredito que, para início de conversa, todo e qualquer processo movido por idéias aprisionadas por pré-conceitos nada constroem. Se o fizessem não estaríamos cercados por uma sociedade onde erros e acertos são estímulos para a manutenção do poder das idéias, dos gestos, das atitudes, das finanças, dos comportamentos, enfim dos movimentos vitais cada vez mais virtualizados e desvirtuados por este poder centraliza.dor .

O cerne da questão é que pensar dá trabalho, agir também e questionar então, nem se fala. É melhor procurar as respostas no Google, nas máquinas de calcular, no celular, nos chips espalhados pelo mundo, dentro e fora dos Sistemas Humanos. Para que externar opinião? Para que exercitar a consciência? Melhor dopá-la. Dá menos trabalho e é bem mais agradável. A vida fica cor de rosa (mesmo estando preta) e a estimulação do campo ilusório torna-se coerente com a mediocridade abrangente. É bem mais fácil manter os movimentos aprendidos há milênios, onde consciências nubladas continuam transformando em Rei quem tem um olho, nesta terra de cegos.

A maconha como qualquer outro ingrediente químico que o Homem venha a assimilar, tem seu lado positivo e negativo. Assim como o sal, o açúcar, o afeto e o desafeto precisam ser dosados, também a canabis sativa necessita de uma dosagem específica para ativar no organismo seu lado benéfico. O que não pode e não deve é ser usada desenfreadamente com o pretexto de que faz bem. Nada faz bem quando é utilizado com desequilíbrio e sem objetivo específico.

Por outro lado o tão almejado equilíbrio, para ser construído, precisa da conscientização do desequilíbrio. A proibição enfraquece a importância da experiência, onde o respeito pelo livre arbítrio é fator fundamental para a estrutura emocional. Não que seja necessário experimentar a maconha para poder saber o que ela produz, mas quando há proibição, os impulsos reprimidos ampliam a motiv.ação e a ação / reação (processos da vida) surgem desenfreada.mente gerando violência. Esta por sua vez destrói a existência.

Porém, de nada adianta liberar se não houver orientação, porque liberdade sem apoio para o aprendizado transforma-se em libertinagem, o que é tão ou mais nocivo do que a repressão. A maturação do ponto do equilíbrio só existe quando há conhecimento; a proibição impede sua expansão. Assunto proibido não gera diálogo; fica entre quatro paredes e torna-se vicioso. Organismo viciado torna-se dependente de qualquer química produzida por movimentos viciantes, tais como: excesso de trabalho, estudo e exercícios físicos, dentre muitos outros, onde a carga excessiva de adrenalina destilada na corrente sanguínea queima as produções de vitaminas, proteínas, sais minerais e outros componentes orgânicos. Isto sem falar do uso descontrolado de medicamentos permitidos.

Precisamos abrir espaço nos ambientes familiares,escolares, profissionais e sociais para debates claros, límpidos e objetivos sobre todos os assuntos que afligem a humanidade em geral, para que a polêmica desmascare o caos já existente em grandes proporções escondido debaixo das máscaras da decadência humana.

O que devemos evitar sempre é a divisão – contra / a favor.

Que todos aqueles envolvidos nesta campanha libertem-se do desejo de terem em suas mãos o poder proveniente da discórdia porque senão de nada adiantarão os esforços. Tudo será em vão como há milhões de anos atrás. Continuaremos sem evoluir e nada de verdadeiramente estrutural será construído para os futuros adolescentes que hoje são crianças. Repetiremos os mesmos passos do passado onde uma geração imaginou superar a outra apoiada no fato de ter alcançado veículos mais poderosos de comunicação.

Estamos no mesmo lugar onde estiveram os Greco-romanos na era A.C. Que tal libertarmo-nos dos conceitos sobre certo e errado?

A mão que afaga, precisa sentir o retorno do seu gesto, mesmo que desarmônico no início, para aprender a dosar seu afago; caso contrário, um dia cansa e agride.

Vamos abrir o diálogo. Este sim precisa ganhar as ruas, virar panfletos e cartazes. Vamos caminhar em prol da LIBERAÇÃO DA PARTILHA DE EMOÇÕES. Com ou sem maconha. Será possível?
Itaipuaçu, 20 de junho de 2011

domingo, 19 de junho de 2011

Quem pinta a sua vida?


ReNata Batista

A vida tem a cor que você pinta. Com que cor você está pintando a sua?

Para responder a esta pergunta, cada um de nós deve se lembrar de que a tal cor com que pintamos a vida está manifestada de muitas maneiras, às vezes bem sutis. Pouco ou de nada adianta olhar pra caricatura do nosso comportamento e acreditarmos que estamos imprimindo em nossas vidas as mais agradáveis cores.

Muitas vezes não temos sequer a consciência do que estamos pintando. Vamos seguindo a maré, ou melhor, sendo arrastados por ela, jogando cores, indo além ou aquém dos nossos limites, engolindo padrões... e quando vemos, nosso quadro está tão cinza, tão sem cor, sem nuances...!
Buscamos tanto ser e ter coisas agradáveis à nossa volta que nem sequer ousamos um riscado diferente, um traço fora do esquadro, uma experimentação... tudo para não corrermos o risco da rejeição. E vamos pintando com poucas corres pra garantir o “acerto” (hã??? Isso existe?).

Não raro, quando nos deparamos com os quadros expostos na caverna da nossa alma e os percebemos sem-graça, buscamos responsáveis alheios a nós: chefe, empregado, família... tem sempre alguém que assume o nosso pincel e sai a pintar a nossa vida! Será???????? Ou fomos nós que pintamos aquilo que não nos agrada? Quando muito, quem permitiu que outrem assumisse o pincel fomos nós mesmos... Ou seja, de quem é a responsabilidade real?Como reconhecer a responsabilidade pelas cores da nossa vida?

Quem é que enxerga o mundo? Quais são os olhos que veem cores, nuances, sutilezas, belezas e feiuras inerentes aos movimentos vitais? A vida pode ser maravilhosa ou horrorosa, depende de qual ponto de vista você escolhe. Ou quais... Ter vários é sempre mais interessante!
Se por um lado enxergar os coloridos é um barato, por outro não adianta só enxergar o lado belo do quadro. O que dá relevo a uma pintura são as suas sombras. Quem de nós tem coragem de assumir as sombras na hora de pintar a pintar a própria vida?

O FLAUTISTA


Moema Ameom

Flautista... toca meu corpo com teu som e faz escorrer de meu seio esverdeado de amor, a sensualidade reprimida pela ausência do teu sopro divino.

Flautista...deixe tua melodia tingir-me de amarelo, azul e branco e faz-me ser brasileira.

Flautista, não me permita olhar as mágoas do passado; encanta-me com tua flauta para que eu possa serpenteAR em minhas emoções.

Olhe, flautista...permeie minha visão embevecendo-me com teu mistério, o mesmo que me tira noites de sono fazendo-me sonhar na solidão.

Veja, flautista...o dó maior que teu sopro produz em minh`alma!

Escute meu lamento e transforme-o em tintas para tua tela. Pinte-a mas não te olvides dos sons da alegria, dos risos e gargalhadas que osopro dos orifícios de teu instrumento provoca em minha nuca.

Flautista, torne-me autista para que eu possa internar-me neste mundo distante do meu ser, onde tua presença me inebria o espírito, transportando-me do passado ao futuro sem passar pelo presente.

Um mamilo clama por tua melodia. Pintado de preto para poder ser branco como o novo amanhecer.

Que a tua arte seja minha e tua pintura sonora transforme minha pele nas nuances coloridas da saudade. E boa-noite!

Imagem: O Flautista de Aldemir Martins | http://www.pinturabrasileira.com/obras.asp?in=1&a=''&al=&la=&tema=''&tec=&ano=

Pintura de parede


Moema Ameom

[...]Quando vamos pintar devemos ter em mente que a pintura protege (exterior) e embeleza (interior)[..].Escolher uma cor é sempre difícil. Tenha em mente que elas afetam o nosso humor e de nossa família. Cores como amarelo, laranja e vermelho são cores quentes e muito vibrantes.O verde, azul e púrpura são frias e calmas.[...] fazfacil.com.br/reforma_construcao/pintura.html


As palavras quentes e frias estão grifadas para acordar a consciência quanto aos conceitos apresentados no texto acima.

Desenvolvendo o raciocínio, comecemos a cami-nhar pelo sentido do quente, relacionando-o com a fonte positiva (+) da energia molecular, responsável pelo estímulo aos processos de expansão da matéria orgânica. Com isso enfatizamos o fato de que a cor quente será aquela que irá auxiliar nos processos de propagação energética, facilmente exemplificados pela evaporação da água quando é fervida. A expansão desenvolvida será de extrema importância para o distensionamento neural.

Não podemos deixar de lembrar que estamos enveredando pelos estímulos celulares, por-tanto nesta análise não há nenhuma fonte de informação ligada a conceitos filosóficos ou espirituais. Estes devem ser respeitados por serem provenientes da maneira como são interpretados, por cada ser humano, de acordo com seu livre arbítrio. Neste momento vamos apenas ressaltar o fato de que as cores emanam ondas vibratórias e as mesmas penetram nos Sistemas Vivos através dos poros.

Sendo assim, ao convivermos com o vermelho, absorvemos ondas que processam expansão visceral, muscular, ligamentar e óssea devido ao aquecimento molecular. Como nosso organismo precisa produzir equilíbrio tonal (regulagem do hipo / hiper tônus) para sustentar seu aglomerado molecular, se o vermelho tomar proporção exacerbada, certamente acabará por criar um jogo de oposição onde o azul (-) terá que se esforçar para realizar sua parceria no trabalho de manutenção da matéria.

Este esforço é o responsável pelo atrito (estresse) nervoso minimizador do valor curativo existente tanto no vermelho quanto no azul. Existe, na área da pesquisa relativa às cores, uma curiosidade interessante. No Institute of Biosocial Research em Tacoma, Washington se descobriu que rápidas exposições à luz cor-de-rosa (derivada do vermelho) diminuem a força muscular gerando docilidade. Esta pesquisa foi desenvolvida para auxiliar no tratamento de doentes mentais.

E agora... vamos pintar paredes?

Quando o corpo é suporte da arte e dos valores

ReNata Batista



A pintura corporal para as comunidades indígenas tem um significado muito especial.

“para muito além do conteúdo estético pos-sui finalidade mágico-simbólica, vinculada que está ao universo mítico-cosmológico da comunidade, além de, entre outras funções, servir de “carteira de identidade” de quem a exibe, ao revelar dados sobre sua etnia, posição e prestígio social, sexo, idade, filiação a esse ou àquele clã, estado civil, se participa de algum ritual, etc”¹

“As cores e os desenhos ‘falam’, dão recados. Boa tinta, boa pintura, bom desenho garantem boa sorte na caça, na guerra, na pesca, na viagem (...)”²

Nada é gratuito. Cada traço tem um significado, cujo valor é transmitido de geração a geração, mantendo viva a tradição, memória e riqueza daquele povo.

O que será que isso nos ensina? Imagine você sendo o suporte de um significado mítico do seu povo, materializando no seu corpo toda uma história e relação com o mundo, inscrevendo na sua matéria significados profundos da sua cultura... Imaginou? Que valor tem isso pra sua vida? E para a vida de toda a sociedade, para a preservação da humanidade?

Quem, hoje, vivendo a cultura do i-mediatismo, do efêmero, dedica seu tempo a tais significados e valores tradicionais? Será que essa relação de valores tem importância?

[1] http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag003.shtml|
[2] http://www.historiadaarte.com.br/arteindigena.html

A Pintura Rupestre e a representação do desejo humano

ReNata Batista


Quando o homem da caverna desenhava nas paredes de sua casa os animais que queria caçar antes de ir pro mato, provavelmente ele não tinha pretensões artísticas. A maioria dos estudiosos acredita que existe um propósito ritualístico para tais pinturas. E você, o que acha? Vamos brincar de imaginar?

Imaginemos o ano de 40.000 a.C., quando ainda nem existia escrita. Os homens e mu-lheres deste período também precisavam se comunicar. Se o marido fosse sair de casa e a mulher não tinha chegado do seu passeio na relva, como ele ia avisar que tinha ido caçar? Na falta de uma caneta e um bloquinho de papel pra deixar um recado, ele desenhava na parede a sua mensagem. Não tinha como ela não ver o recado quando chegasse...

Em outra caverna, caçadores se preparavam para sair na noite escura em busca da refeição da família. Dispondo de poucos recursos de defesa externa, era necessário se preparar muito internamente. Lá iam eles pra parede, exorcizar seus medos, materializando à sua frente os oponentes amedrontadores. E ali, detendo-os em suas mãos, aqueles homens rudes ganhavam segurança para detê-los em seu habitat.Ao mesmo tempo que se fortaleciam para a caça, eles emanavam o desejo de dominar os inimigos exercitando uma “magia propiciatória” ao próprio êxito. Era um ritual de preparação para a caça, uma verdadeira mandinga.

“(...) As pinturas que impressionam pelo realismo. Em algumas, pontos vitais do animal marcados por flechas. Para alguns, "a magia propiciatória" destinada a garantir o êxito do caçador. Para outros estudiosos, era a vontade de produzir arte.
Qualquer que seja a justificativa, a arte preservada por milênios permitiu que as grutas pré-históricas se transformassem nos primeiros museus da humanidade.”wikipedia.org.br

Será que vamos poder saber ao certo o que se passou na cabeça do homem de Neandertal, ou daquele que vivia na Serra da Capivara? Hummm... já passou tanto tempo, né? São só hipóteses.

Mas qual é a sua hipótese?

Penso, logo faço pinturas


Moema Ameom

[...] Essa forma de expressão ar-tística existe há muito tempo na História da humanidade, como demonstram as pinturas rupes-tres, realizadas por homens pré-históricos em rochas ou caver-nas. A atividade da pintura já surge nos primórdios da história do homem, como pode ser obser-vado nas pinturas encontradas nas cavernas em Altamira (Espa-nha) e Lascaux (França), em 25.000 aC Nos sítios de Nice, na França, há evidências da existên-cia de pinturas, de esculturas em pedra e mármore que datam de cerca de 25.000 anos atrás, revelando a origem de uma expressão estética, fato que separa radicalmente o homem das outras espécies.



Para brincar com a frase sublinhada no texto, percorreremos informações da medicina chinesa somando-as à Moitakuá e sua visão sobre o Sistema Nervoso Central - SNC, onde se processa a medula espinal que, ao emanar energia para o corpo físico, o faz através de som e cores.

No 1º. Centro de Força Energética (chakra), localizado na 3ª. vértebra coccígea, a vibração produz a cor vermelha e o tom é o Dó central. Esta vibração estimula os movi-mentos da glândula suprarenal, au-xiliando na produção dos hormô-nios adrenalina, noradrenalina, al-dosterona e cortisol.

Seguindo adiante vemos o 2º.CF > S4(sacro) >laranja > Ré > ovários e testículos > hormônios testosterona, estrogênio e progesterona.

O 3º. CF > L4(lombar) >amarelo > Mi >pâncreas > insulina e glucagon.

O 4º. CF > T6(torácica) >verde> Fá > timo > hormônio tímico (imunização orgânica).

O 5º. CF > C4(cervical) >azul celeste> Sol >tireóide> tiroxina, calcitocina, triiodotironina.

O 6º.CF >azul índigo> Lá > entre as sobrancelhas na direção do hipotálamo > pituitária >somatrotofico ( metabolismo, formação de proteínas), adenocorticotrofico, tiretrofico, vasopressina (controle de água), oxitocina.

E finalmente o 7º.CF >violeta > Si > alto da cabeça > pineal.

É com estas cores e sons que os movimentos vitais criam quadros (fatos da vida), possibilitando aos ossos expressar a estética dos mesmos através das ondas emocionais que surgem em suas águas internas. Assim acontece com todos os seres vivos existentes no Planeta Terra. Sendo assim, que expressão estética é esta que separa o Homem da sua totalidade? Pra que foi criada? Qual a intenção verdadeira desta criação?

Vocêpodemeajudaraelucidarestemistério?