segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Jogos Moitakuenses



Moema Ameom

Princípio ativo:

Todo e qualquer movimento gera energia > toda e qualquer fonte de energia gera movimento.
A este inter.câmbio chamo VIDA.
Para mantê-lo em equilíbrio permanente é preciso:
• que o grau da intensidade da tensão nele existente, ganhe consciência quanto à sua fonte e geração.
• que o nível de entrega à experiência formadora do aprendizado, tenha por objetivo descobrir os processos do como e suas aplicações diante dos fatos do cotidiano.


Decupando imagem para clarear a visão – flexibilizar o como:

Parto do corpo humano como fonte de in.forma.ação.
Lembro que a máxima descrita acima se aplica a ele e a todo o universo, materializado ou não.

Imagem 1 - Sistema Nervoso Central (SNC) > massa encefálica – núcleo da produção energética.

Encontros sinápticos produzem, em velocidade e intensidade até hoje incontáveis, movimentos que geram e gestam a energia vital. Esta, uma vez distribuída na massa corporal, alimentará os encontros sinápticos, gerando a qualidade de vida do Sistema.
Este Ciclo Vital, forma.dor da aglutinação molecular, é o responsável pelo grau (nível) de tensão que irá reger as ações e reações provenientes do Corpo Físico (matéria humana). Por conseguinte, a maneira como esta energia é aproveitada, sinaliza o padrão de vibração da matéria, demonstrando sua real capacidade de aprendizado.


Imagem 2 - Sistema Nervoso Periférico (SNP) > matéria (corpo físico) > local onde é processada a energia proveniente do SNC.

Caberá aos ossos (Ita) e suas inter-relações equalizadas através das ondas vibratórias dos ligamentos e nervos, estruturar os caminhos das cadeias musculares e viscerais. Tendo como núcleo a Coluna Vertebral, o SNC distribui estímulos energéticos responsáveis pelo pulsar que Movimenta a matéria, formada por água - líquido (kuá) em sua grande maioria.
Todo e qualquer movimento produzido pelo Corpo Físico é proveniente da qualidade desta inter-relação.


Imagem 3Qualidade energética = nível de tensão > formação do tônus > distribuição harmoniosa dos hormônios.

Os movimentos vitais têm como princípio básico para a unificação sistêmica, a concentração. Sem a mesma não é possível aglutinar moléculas e, conseqüentemente, impossível realizar a materialização. Sendo assim, o grau de intensidade da concentração é o responsável pela forma.ação da matéria.

Matéria = concentração molecular nuclear = energia vital = movimento = matéria.

A concentração é a combinação dos processos de contração e expansão, vistos como complementação um do outro. Só há contração quando há expansão e vice-versa.

A regulagem energética destes movimentos deve ser construída através do cuidado com o tempo de repetição de um deles.
Sempre que acontece a predominância de um deles, o outro fica sobrecarregado. Assim acontecendo, o tônus perde a pulsar natural gerando um desequilíbrio ósseo que acaba por afetar a distribuição da energia na rede do SNP.

A desestrutura (perda do pulsar natural) do tônus vem a ser o desequilíbrio entre hipotonia e hipertonia, movimento este responsável pela má distribuição do peso da massa corporal em relação à gravidade planetária.

O peso mal distribuído é gera.dor da dissonância entre o tônus corporal com a rede tonal que o cerca – fatos do cotidiano.

Este comprometimento amplia o atrito molecular necessário, criando um grau de irritação desarticulado e incoerente que dará à matéria todo tipo de desequilíbrio (orgânico e mental).


Imagem 4Irritação > incômodo > desequilíbrio emocional

Toda irritação, tanto aquela considerada benéfica quanto a maléfica, provoca incômodo visceral (corporal).
Para melhor compreender a teoria aqui aplicada, é preciso ver como incômodo algo que mexe no movimento cômodo ao qual a aglutinação molecular está habituada.
(In) cômodo, portanto, é tudo aquilo que propõe renovação celular acordando a produção energética do Sistema Nervoso Periférico que, por acomodação, deixa de aproveitar equilibrada.mente os impulsos que recebe do SNC.


A irritação hiper aquece (+) as moléculas. Sendo assim, em algumas situações da vida, precisa ser estimulada para que a hipotonia (frio excessivo) não se instale no Sistema, sob pena de paralisação cardiovascular.

Vem desta máxima visceral, a busca pelo atrito (brigas, dramas, violência); a eterna luta pela manutenção da vida. Perde sempre o organismo mais debilitado emocionalmente; aquele que não conhece seus caminhos internos de reconstrução – consciência fraca diante da realidade dos fatos.

O desequilíbrio emocional é visto como qualidade de mutação diante das propostas dos movimentos vitais. Capacidade de reorganização comportamental – Como -, onde os processos de ação/reação serão reformulados permanentemente, abrindo portais de novos aprendizados.


Imagem 5Sentidos > fonte de aprendizados.

Toda e qualquer imagem capturada pelo nervo ótico irá modificar a qualidade dos impulsos nervosos provocados pelas sinapses neurais. O mesmo acontece com os sons captados pelos ouvidos.

A união da imagem com o som provoca sensações epiteliais (a pele é o maior órgão do corpo humano) que acordam a percepção, dando apoio aos fluxos nervosos responsáveis pela geração de ações/reações.
Estes irão criar na mente os processos de análise que formarão a razão e a lógica. Os conceitos surgirão da qualidade desta reunião.
Mente e massa encefálica unem-se através da qualidade de impulsos gerados.


Impulso desconexo = mente desconectada com os reais aprendizados relativos aos fatos externos.


A principal fonte de desarmonia causada pelos impulsos provenientes dos sentidos,é o apoio dado de maneira desequilibrada durante seus processos de experiência.

Cena 1

Massa encefálica irritada inconsciente da sua irritação, recebe ondas vibratórias de outra massa encefálica com o mesmo processo de irritação. Mesma fonte de aprendizado. Ambas prontas para partilhar informações que irão conduzi-las a um novo campo de conhecimento. Ambas querem aprender a aprender.

Sendo parte de aparelhos capta.dores, cada qual absorve do outro o que quer captar. Nem sempre aquilo que deseja captar é o que é captado. Na maioria das vezes não é, pois a fonte do aprendizado profundo encontra-se nos processos de negação.

Quando o desejado é negado, surge a dificuldade e o risco; a curiosidade molecular é aguçada acordando a criatividade que partirá em busca de solução para o problema - ou não.

É bom lembrar que a permanência do problema mantém as moléculas acomodadas à uma situação que o organismo conhece como sendo solução.


Decupando:

Excesso de solução > uso excessivo da criatividade > exige sobrecarga neural que passa a produzir o que ainda não tem maturação para produzir, apesar de ter a potência para fazê-lo > excesso de fluxo > hipotonia

Excesso de problema > uso minimizador da criatividade > obstrui o fluxo neural que passa a não distribuir para o corpo o que tem para distribuir > guarda a potência > anti-fluxo > hipertonia


Como o Sistema precisa de equilíbrio para manter a matéria, excesso de hipotonia provoca excesso de hipertonia (vice-versa). Dependendo do grau deste “excesso” a conscientização do mesmo é mais fácil (ou não) de ser apreendida. Ex.: cadeia muscular e ou ligamentar com excesso de hipotonia produz excesso de hipertonia medular – inflexibilidade neural. (vice-versa)


Retornando à Cena 1:

Sendo o movimento de irritação a fonte de equalização do tônus, havendo tônus desestruturado (predominância do Hipo ou Hiper) como será a qualidade da captação?
O que fazer para regulá-la em outro nível de vibração tonal?

Vamos lembrar que dependerá desta qualidade a formação dos processos mentais e conseqüentemente das próximas motiv.ações que conduzirão a matéria à busca por novos aprendizados.

A qualidade do apoio dado em momento de criatividade muito estimulada (quando encontra a negação) é primordial para a estruturação do estado emocional.

Apoio = atenção = observação = não ação = respeito à experiência individual

Com irritações misturadas manipulando-se entre si, como desenvolver o aprendizado?
O que será absorvido como sendo aprendizado?


Cena 2

Massa encefálica irritada consciente da sua irritação, recebe ondas vibratórias de outra massa encefálica com a mesma proposta quanto aos processos de irritação.
Ambas prontas para partilhar informações que irão conduzi-las a um novo campo de conhecimento. Ambas querem aprender a aprender.

Sendo a irritação consciente proveniente da matéria cujo processo neural distribui intensidade vibratória capaz de produzir equilíbrio de hiper e hipo tônus, o diálogo entre ambas irá expandir o campo de aprendizado ampliando o conhecimento. O semelhante (matéria viva) serve de espelho para a construção da individualidade. O aprendizado é ampliado expandindo a consciência comum.

Para que possa haver plena conscientização do campo de irritação da matéria a fim de aplicá-la nos processo de ação/reação sem deturpação da real potência encefálica, é preciso que o Corpo Físico seja capaz de aquietar-se dentro de si mesmo (mesmo que por breves momentos repetidos homeopaticamente) a fim de escutar e auscultar suas ondas vibratórias.

O mergulho interno tendo como objetivo reConhecer os movimentos articulares e suas reais possibilidades, permitem (ou não) a partilha fluídica entre os ossos do esqueleto. Ganhar este padrão de consciência, auxilia – e muito – na equalização dos fluxos neurais. É preciso, porém, que seja construída a verdade no reconhecimento do padrão alcançado, porque senão, a potência fica estagnada da(na) mesma forma, gerando posições ósseas de prepotência.O ar, mesmo caminhando, trava o caminho do fluxo neural.

Para que a entrega aos movimentos vitais ganhe proporções satisfatórias é imprescindível o apoio externo a fim de que a confiança seja resgatada das (nas) vísceras.

Sabedoria orgânica = Potencial verdadeiro.

Gerando totalidade = vamos experienciar juntos

Brincando de espiralar, rodopiar, circular, uma vez que, em se tratando de energia, não existe princípio nem fim, podemos nos arriscar a montar esta colcha de retalhos onde os fuxicos mentais promovem a tranqüilidade do ar > ou não.

Partindo do princípio que tanto provocando quanto acalmando as irritações estamos equalizando o tônus, que vem a ser a vida, podemos sem medo de errar (ou de acertar), começar a montar nosso quebra-cabeça.

Conto com a ajuda de vocês para construir muitos caminhos, pois só assim seremos capazes de manter os Movimentos das Itas em ressonância harmônica com as kuás orgânicas.

Que sejam os ossos(ita) estruturas desestruturáveis para que as águas internas (kuá) possam fluir e refluir sem medo de sentir o medo por não serem estagnáveis.
Podemos começar observando a pá-lavra estagnação.

“Deitado eternamente em berço esplêndido ao som (audição) do mar e à luz (visão) do céu profundo ...”

Onde ela se encontra?
Como vem sendo utilizada?
Com que objetivo?
Como se aprende com “fulguras ò Brasil, florão da América”?
Qual o como da América? E o seu?


Em um país como o Brasil, onde as ondas vibratórias provenientes da natureza são imensas e o povo ganha multiplicidade devido à matéria miscigenadas etnicamente, este silêncio interno é extremamente difícil de ser conseguido.

Aprender a silenciar dentro da estimulação ao ruído é o segredo que Moitakuá á capaz de desvendar.

Nada melhor para um planeta que, cada vez com maior intensidade, esta desbando pra transformar sua estrutura.

Vamos aprender a aprender!
Itaipuaçu,15/01/2011

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O que querem as mulheres



Moema Ameom

O título deste texto não copiei da série da TVGlobo mas sim de um artigo assinado por Cynara Menezes na revista Veja de 2004, edição número 1877.
Extraí o título e a emoção que de mim se apossou quando a atenção fixou meu coração no seguinte trecho:
“As mulheres brasileiras são muito vaidosas. Entre as suas prioridades, está a de “conquistar tempo para cuidar da aparência”. A obsessão das brasileiras pelo físico fica ainda mais evidente quando se examinam dados de uma pesquisa encomendada pela Unilever e conduzida pela psicóloga Nancy Etcoff, da Universidade Harvard, e Susie Obach, da Londom School of Economics. Dos doze países investigados, entre eles Estados Unidos, Inglatera e França. O Brasil desponta como aquele em que as mulheres declaram estar mais preocupadas em ter um rosto bonito, a pele bem cuidada, o corpo em forma e uma imagem sexy. É também o país campeão em consumo de produtos para unhas, tintura de cabelos e hidratantes para o corpo. Outro número que impressiona: nada menos do que 58% das brasileiras afirmam que, caso a cirurgia plástica fosse gratuita, recorreriam imediatamente ao bisturi. “Considero este dado chocante. A preocupação com a aparência é tão importante para as brasileiras que a cirurgia plástica virou parte do cotidiano” diz Susie Orbach. Compreende-se, assim, por que o Brasil se tornou o segundo país do mudo em números de plásticas, perdendo apenas para os Estados Unidos, onde as mulheres têm renda catorze vezes maior que as brasileiras. Este excesso de preocupação provoca um efeito colateral muito incômodo para as mulheres brasileiras. Segundo revela a pesquisa, elas vivem queixosas em relação ao que vêm no espelho. Apenas 2% dizem achar-se bonita, só ficando atrás para o Japão neste quesito.”

Foram tantas as ondas percorridas que apenas agora, depois de uma semana, consigo organizar palavras para escrever sobre tristezas e questionamentos.

O que será que conduz a palavra vaidade para uma relação tão estreita com a estética?
Vaidade pode fazer relação com o cuidado interno voltado à saúde orgânica? À liberdade para viver o tempo de Kairós, aquele que regula as sensações relativas ao real pulsar visceral? À percepção do aprendizado colhido a cada momento vivenciado com seu próprio corpo, único pertence verdadeiro da existência?

Ser vaidosa pode ser olhar-se diante do espelho observando as marcas do tempo, onde a sabedoria e o conhecimento mesclam-se para fazerem surgir expressões que sinalizam amadurecimento?

Remeto-me às índias do nosso país miscigenado etnicamente onde cada tribo possuía [1] características tão distintas; onde a diferenciação das mesmas era sinalizada principalmente nas pinturas do corpo, adereços e enfeites.
A vaidade maior – Orgulho - era preservar a linguagem tribal. Surgia quando mostravam o corpo onde se podia ler a cultura de seu povo. Espelho? As águas dos rios e mares que por serem móveis não permitiam a estagnação da visão (onde mora o julgamento).

Olhar para a companheira de tribo significava olhar para si mesma, para sua emanação epitelial. Umas pintavam as outras e a concorrência acontecia pautada no que emanavam de seu interior.Era esta emanação que atraía o macho. Ficava fácil descobrir a energia que combinava e complementava.

Qual o valor deste tipo de vaidade?

A estética da mesma foi denegrida, dizimada, desvalorizada ao extremo, considerada pecado. Cobriram-se os corpos, vestiram-nos com trapos e farrapos para que pudessem perder a beleza, a fim de não incomodar os senhores feudais. Como poderiam os colonizadores imaturos em suas redes emocionais dominar e controlar tal povo?

A imaturidade surgida pela dificuldade de perceber em profundidade as sensações corpóreas, instalava-se no medo de sentir o medo, proibido para corações valentes. Porém como controlar emoções? Elas surgiam incomodativas, teimando em cutucá-los por baixos das roupas fétidas que estavam acostumados a portar e a ver como sendo componente de estética perfeita.

Depois de alguns anos de mu(a)ta.(a)ção a nudez brasileira passou a ser comércio para o exterior, onde a visão das mulatas seminuas sambando faz sucesso nos instintos masculinos e femininos. Instigam. Fascinam. Aguçam a capacidade de imaginar o proibido.
É primordial vender a imagem de uma “brasileira gostosa”. Apetitosa. Banquete para ser servido aos reis.
Repetição da escravatura? Mas as escravas estavam mal vestidas, desgrenhadas, fedidas, por que será que tanto atraíam os senhores das fazendas? Qual a magia que ganhava de longe os perfumes franceses usados pelas sinhás?

Esta magia auxiliou e muito na formação deste povo brasileiro de hoje, ainda mais miscigenado, que corre atrás das parafernálias cosméticas criadas lá fora, produzidas e vendidas aqui sob o manto do marketing.
Mais uma vez para enriquecer os bolsos e os olhos de quem aprendeu em sua própria terra a não enxergar o essencial. “O que os olhos não vêm o coração não sente”. Quem muito sofre com perdas, não ganha renovação.

É interessante saber um pouco sobre a Unilever - Uma das maiores empresas de bens de consumo do mundo, fabricante de produtos de higiene pessoal e limpeza, alimentos e sorvetes, com operações em mais de 100 países, a Unilever completou, em 2009, 80 anos de atuação no Brasil. Presente em 100% dos lares brasileiros ao longo de um ano, seus produtos atingem, mensalmente, 86% dos domicílios, ou seja, cerca de 37 milhões. . A história da Unilever começou no século XIX, na Inglaterra. William Hesketh Lever – fundador da Empresa teve uma idéia original e muito bem aceita: dar nome e embalagens individuais aos sabões que fabricava. [http://www.unilever.com.br]

Com que intuito esta empresa buscou fazer esta pesquisa?

O que está fazendo com os resultados obtidos?

Algumas perguntas que não querem calar. Você pode me ajudar a respondê-las?


[1] Estimativas da população indígena na época do descobrimento apontam que existiam no território Brasileiro, mais de mil povos, sendo cinco milhões de indígenas. Hoje em dia, são 227 povos, e sua população está em torno de 400 mil. http://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_ind%C3%ADgenas_do_Brasil#Exterm.C3.ADnio

Cirurgia Plástica



Moema Ameom

“Outro número que impressiona: nada menos do que 58% das brasileiras afirmam que, caso a cirurgia plástica fosse gratuita, recorreriam imediatamente ao bisturi... as mulheres brasileiras ... vivem queixosas em relação ao que vêm no espelho. Apenas 2% dizem achar-se bonita...”[1]

“Hoje em dia, estar com a autoestima em baixa é considerado um aspecto da saúde. Conviver bem consigo mesmo é fundamental. Quando bem indicada, uma cirurgia plástica promove o bem-estar assim como a psiquiatria, que também tem esse enfoque.” Ivo Pitanguy [2]

Deduzo que as brasileiras, em sua maioria, estão com a autoestima baixa, desvalorizando-se a ponto de querer mudar o que vêm no espelho. Enxergam-se feias, gordas, baixas, enfim, fora do padrão considerado esteticamente perfeito.

Os cabelos enrolados, predominantes no centro-norte do Brasil e os louros do sul, entram em choque com os lisos da pele de jambo, e cada qual em seu território, ao olharem as belas mulheres da televisão, revistas e cinema, modificadas por fotoshop, amaldiçoam-se, chicoteiam-se, às vezes até a morte, através dos bisturis, lipoaspirações, tinturas capilares, chapinhas, balaiagens, etc...
Aspiram por bela imagem; aquela que de tanto querer ver diante do espelho acabando por imaginar que vêm distanciando-se da essência de suas verdades.

Se, por ventura acabarem por se entregar ao instinto materno, que tanto “deforma” a matéria, como irão se relacionar com os “vilões deformadores” que delas surgirem?

Qual o futuro do povo brasileiro?

Fortalecimento da desvalorização?

Certamente se deixassem vir à tona a potência do enraizamento brasileiro, fazendo uso do orgulho indígena, aprenderiam a lidar com uma riqueza de formas e movimentos vitais jamais comparáveis a nenhuma outra mulher do planeta. Rica. Profundamente rica em sabedoria visceral.

Fico imaginando se, além de exportar aquelas que se embonecam com plumas e paetês para fazerem o papel de Barbies Carnavalescas, o Brasil passasse a exportar também, em grandes proporções, mulheres brasileiras nutridas por autoestima fortalecida.

O que ganharia o planeta?

Quando muito, mães alegres, felizes, sambistas, criativas no jogo de cintura; fonte de vitalidade e renovação transformadora.

Aliás, por falar em mãe, eu teria ficado bem mais feliz se a nossa presidenta, que se auto-intitula mãe do país e que de agora em diante passará a ser exemplo para tantas mulheres brasileiras, tivesse assumido sua origem búlgaro-mineira sem se deixar americanizar nos traços, cabelos e vestimenta. Subiu ao trono mais uma senhora estrangeira. Colonizadora?

[1] artigo assinado por Cynara Menezes na revista Veja de 2004, edição número 1877

[2]http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/donna/19,206,2860094,Entrevista-com-Ivo-Pitanguy-Nao-somos-Deus-.html]

O MEDO



Moema Ameom

O MEDO é a base fundamental da estrutura humana. Aprender a reconhecer o que é, para que serve, como se manifesta e se utiliza, são tarefas que, uma vez realizadas com permanência e constância, traz a maturidade emocional, conseqüentemente, física e mental.

É por isso que os grandes manipuladores sociais sempre disseminaram – e disseminam - medos diversos em todas as castas sociais, com a intenção de controlar ações e reações, construindo o que melhor se encaixe em seus interesses pessoais e profissionais. O objetivo é manter o poder.

Poder sobre a mulher. Sobre a vida?

Quem gesta vida?

Controlar movimentos vitais?

Com este desejo entranhado nas mentes, como re.criar? Pro.criar? ReNovar?

Como a mulher insegura poderá gestar feto seguro? Constituir família segura? O que vem a ser segurança?

"Quando se olham no espelho estão sempre muito insatisfeitas consigo mesmas, sendo o percentual de 100% voltado neste sentido. Com a visão voltada para este desencanto, não conseguem enxergar possibilidades de manter uma relação afetiva por muito tempo."[1]

Este é o principal motivo dos desequilíbrios nas relações conjugais. Como compartilhar o que vejo como sendo ruim? Se não consigo me agradar, como vou agradar o outro?
Se não agrado, ele buscará quem lhe agrade. Medo de perder. Medo de ganhar.
A “fidelidade”do companheiro à sua pessoa é algo inexistente uma vez que a depreciação é constante.

Convivência desestruturada formando a sociedade, uma vez que a família é a base do aprendizado sobre comunicação.

O desejo maior (diz o artigo citado) é adquirir tempo para “cuidar da saúde”, o que não conseguem nunca pelo simples fato de que têm medo de não alcançarem o ideal imaginado. Cria-se o ciclo: “não procuro porque sei que não vou encontrar”, máxima do desencanto e do desânimo, cada vez mais crescente entre as mulheres do nosso belo país.
"Se isso pode mudar? Dificilmente. A frustração feminina com a própria imagem e a conseqüente busca por uma aparência mais próxima dos padrões inculcados pela mídia alimentam uma indústria poderosa". [1]

O mais interessante (pra não dizer triste) é que a maior parte desta indústria tem sua origem nos países estrangeiros aonde as mulheres já não vêm mais valores extremos nesta visão externa. Perderam tantos bens materiais que aprenderam a valorizar o essencial; acordaram para suas realidades somáticas e, por conseguinte, passaram a fazer dos espelhos bons companheiros de realização.
Não interessa à mídia divulgar esta qualidade feminina de revisão interior. Se isto acontece, como irão vender seus produtos?

Pra que aprender a usar papas de fruta para fortalecer cabelos e pele? As frutas nascem nas árvores; as hidromassagens estão nos rios e mares; a areia é esfoliante; a argila medicinal encontra-se na terra virgem. Nada disso precisa ser industrializado para fazer bem. Nossas avós, bisavós sabiam disso. De que serve ReAprender?
Utilizar e revitalizar estes conhecimentos que, em se tratando de Brasil, é riquíssimo em variantes?

Podemos ser exportadores de prazer natural.
Porque não somos?
Será por medo de assumir nossos medos?

É preciso ter coragem para sentir medo, e esta coragem brota quando conscientizamos nossa covardia diante de nossos valores vitais.

[1] artigo assinado por Cynara Menezes na revista Veja de 2004, edição número 1877