quarta-feira, 17 de novembro de 2010

RE(co)MEMORANDO


Transcrevo um trecho do livro escrito por mim em 1999 onde assino Moema Corrêa. Seu título “Uma Viagem em busca do Meu Umbigo” sinaliza a profunda entrega aos meus sentimentos realizada com maestria devido ao belíssimo apoio proveniente do Dr. Stèphano Sabetti – criador da Life Energy Therapy - e sua equipe, durante meus estudos no Institute for Life Energy

“Fico triste quando vejo esses belos homens da minha terra vestindo ternos de casimira inglesa, gravata e camisa de seda italiana, sapato e pasta de cromo alemão em pleno verão de 40 graus à sombra. Entram em seus carros com ar refrigerado, suas salas com ar refrigerado, construindo um mundo onde o ar e a vida são falsos. Mantêm a ilusão de que estão na Europa para serem aceitos pela sociedade como pessoas importantes e que sabem tudo sobre todos. Vivem uma realidade que não é a deles e impingem aos outros esta mesma realidade. Tomam decisões e definem o destino (porque são poderosos) de suas famílias e do País. Tem também aqueles que vestem jeans, tênis Reebok, masca chicletes, usam T-Shirts, dançam e cantam rock ou veneram country music, Rolling Stones e Kiss dentre outros. Também estes, sentindo-se nacionalistas, defendem causas pelo país e se dizem brasileiros. Com razão são brasileiros! Povo sem memória, que para sentir alguém precisa imitar os outros e depois chamar os outros de macacos de imitação. Os macaquitos somos nós que não sabemos nossa dança e nem ao menos queremos aprendê-la por vê-la com desvalia.” [pags. 74/75]

O principal desta transcrição é colocar-me como exemplo de que quando iniciamos a trajetória do conhecimento sobre nossas ondas emocionais, a escrita e a verbalização se projeta para fora desarticuladamente. Aos poucos, com coragem para ver e rever nossas incoerências internas, arrumamos a casa redecorando-a de acordo com nosso real desejo.

Quando finalizei meu Spiritual Inquiry realizado na Itália – de onde surgiu o livro – escrevi: “Aprendo, com minha vivência, uma grande lição: o verdadeiro mestre é aquele que nada sabe e , deixando-se ser humilde, abre-se para o constante aprendizado com aqueles que o procuram para aprender.”[pag.22]Eu me procurei para aprender. Adentrei os árduos caminhos da verdade interior e hoje não escreveria nada do que escrevi da maneira como escrevi. Porém, se não o tivesse feito, como poderia hoje saber disso?

Ousei. Arrisquei. O livro saiu repleto de erros de ortografia e impressão. Disseram-me: “Queime tudo (5000exemplares). Sua imagem será denegrida com estes livros errados.”
Se o foi pelos outros, não cheguei a saber, porém para mim, foi prova de sincera coragem onde pude lidar com meus medos.
Principalmente aqueles de sentir os medos que minha insegurança proporcionava. Cresci muito com este livro errado.
Foi e ainda é uma verdadeira viagem ao encontro do meu umbigo que, na época, encontrava-se atado a sentimentos mal traduzidos por serem desconhecidos pela minha consciência.

Moema Ameom
Itaipuaçu, 16/11/2010

Espelho d`alma


Moema Ameom

O que você quer de você?
O que você quer para sua vida?
Quem de fato é você?


Muitos são os caminhos capazes de conduzir o Ser a responder estes questionamentos. O Treinamento Vivencial Leader Training é um deles. Comungando com muitas de suas idéias, venho aqui contestar algumas delas com o intuito de colocar abertura para um debate engrandecedor onde todos aqueles que quiserem fazer da resposta a estas perguntas, um caminho profundo de aprendizado amplo.

Os sentimentos básicos citados no artigo d’O Informal -– alegria, raiva, tristeza e medo são totalmente incontroláveis.
Como querer controlar algo que é produzido dentro do encéfalo e é conseqüência de impulsos energéticos provenientes dos neurônios e suas sinapses?
Certamente tomar este caminho pode causar frustrações ou, para que isso não aconteça, pequenos (ou grandes) surtos psíquicos que levam à alienação das ações – distanciamento da realidade.

Querer controlá-los produz muita tensão no organismo e estas tensões certamente servirão como fontes geradoras de intensidade retida nas águas do Sistema. É uma das causas das Hipertensões Arteriais. Os cassetes energéticos tendem a ser ampliados quando os sentimentos não são vivenciados, pois os mesmos, na manifestação corpórea, ganham a denominação de sintomas do psicossoma.

Os sentimentos não falam a verdade. São apenas uma tardução de sensações e percepções decorrentes da vivência emocional e esta, por sua vez, tem sua produção na convivência estreita entre o ser e os fatos da vida que o cercam no momento em que os mesmos acontecem.

Toda tradução depende do nível de conhecimento do idioma falado. O aprendizado e a maneira como é utilizado este conhecimento, será o responsável pelo nivelamento da tradução dos sentimentos e a mensagem que está emitindo.
Ora, como conhecer, aprender, apreender e assimilar algo se nos programamos a não conviver com quem nos ensina?

A verdade sobre o que realmente sentimos encontra-se instalada nas sensações puras e simples que brotam da medula óssea (Sistema Nervoso Central) a cada fração de segundo. Por isso digo que conseguimos alcançar as verdades sobre nós mesmos quando ultrapassamos o impossível e nos entregamos ao desafio de viver o caos interno de nossas ondas emocionais onde os processos autônomos nos confrontam com inabilidades e inadequações a todo instante. Aprender a transformá-las em habilidades e adequações, é o que pode ser considerado como verdadeira motiv.Ação.

Para que possamos saber realmente quem somos nós acredito que o primeiro passo seja aceitar o que somos, sem julgar, criticar, controlar ou querer mudar. Simplesmente aceitar e observar atentamente o que não nos agrada e o que nos agrada. Focar naquilo que não agrada e fazer da contradição o veículo do aprendizado.

“Por que não me agrada?” pode ser um questionamento que irá abrir portas para muitos outros reconstrutores de uma nova consciência de você mesmo sobre você mesmo. Deste processo de aprender a aprender, a transformação surge naturalmente fortalecida pelos sentidos bem vivenciados e conscientizados.

Apoiar não é fazer por.
Apoiar é respeitar o que existe sem estimular o desejo de querer domar ou dominar. Estes movimentos relativos ao sentimento de posse, causam dependência física, mental e espiritual que, com o passar do tempo irá se manifestar na construção dos nós emocionais.
Este processo cria uma rede onde o Ser passa a se debater incessantemente distanciando-se de si mesmo. Com esta rede energética envolvente fica muito difícil administrar a tristeza e outro qualquer sentimento. Mesmo porque, a boa a administração só existe quando criamos um bom clima organizacional onde o ar possa circular livremente ampliando a visão sobre a cliente interna, aquela que vive e revive na coluna vertebral: a medula óssea.Itaipuaçu, 15/11/2010

Conviver com a tristeza


Moema Ameom

O renomado psiquiatra Miguel Chalub em entrevista a Isto É, transcrita em partes pel’O Informal, vem nos sinalizar a importância de vivenciarmos a tristeza.

Quando diz que “a tristeza patológica fica nas entranhas” e “as raízes da depressão estão na infância”, abre-me um caminho de debate em torno de idéias moitakuenses.

O nível de intensidade de retensão energética realmente é a grande responsável pela depressão orgânica. Uma está estreitamente relacionada à outra e formam entre si um forte elo de união. Podemos ver esta relação mais ou menos assim: pequena retensão ocasionará um simples fluxo de tristeza que se dissipará quando o momento fizer o mesmo; a média produz um colapso emocional que permanecerá no organismo por um tempo mais prolongado e a grande retensão energética instala-se no Sistema transformando-se em tristeza patológica, ou seja, aquela que não encontra mais caminhos para sair das vísceras. Estagna-se nas entranhas.

O fluxo emocional é contínuo. Produzido pelas ondas neurais, distribui-se pelo Corpo Físico – CF- estimulando-o à entrega aos riscos, gerando motivação construtora de ações e reações. Sendo este ir e vir o princípio vital, as ondas que saem do CF, retornam ao mesmo conduzindo-o a convivência com os processos da vida. Quando, desde a infância, os riscos e demandas provenientes dos mesmos não ganham apoio necessário para que possam ser vivenciados na totalidade, pequenos nós energéticos vão surgindo instalando-se nas águas orgânicas: músculos, ligamentos, tendões, órgãos (incluindo a pele) e ossos( incluindo unhas e pelos).

Conforme diz Dr. Chalub, “os acontecimentos atuais não levam à depressão verdadeira, só muito raramente.” Certamente não levam, porém, aumentam bastante o que já existe, intensificando a pressão e proporção do nó. Um dos sinais bem óbvios do corpo quanto a este movimento são os tumores, que demonstram um grau de depressão aguda da matéria. Acúmulo de energia cujo ciclo se constrói no antifluxo, acaba por hiper aquecer moléculas, causando os tumores e o Câncer. A tristeza patológica seria o câncer emocional numa comparação um pouco grosseira feita com a intenção de facilitar a compreensão da idéia.

“Mexer na infância pode ser muito doloroso” conforme diz nosso ilustre médico. Mexer no corpo também. Porém, quando associamos corpo e mente através da arte, o lúdico desperta a fantasia e a dor fica bem mais leve de ser suportada. Passa até mesmo a servir de motivação para belas descobertas sobre a vida já vivida por dar à mesma capacidade de servir como fonte de aprendizado para passos futuros.
A dança da vida surge como divindade e benção.

Itaipuaçu, 15/11/2010

Dinheiro Virtual

Moema Ameom

Será que uma vida construída na virtualidade é capaz de adentrar a realidade financeira? Partindo do princípio que a busca cada vez mais incessante pela vida virtual deve-se ao enfraquecimento do estado emocional e, sendo o mesmo, ampliado pela fuga da realidade, como ser capaz de confrontar as dificuldades da vitalização? Sem o fortalecimento interno ressonante com as ondas emocionais decorrentes dos riscos, como captar sintonia com motivações vitais?

Estes foram os questionamentos feitos na última edição d'O Informal.
A narrativa da matéria nos confronta com uma realidade bem triste, que vem a ser a dificuldade dos jovens de hoje, construtores do amanhã, de coordenarem com equilíbrio seus movimentos monetários.

Sendo os responsáveis pelos processos do futuro, que tipo ou qualidade de mercado financeiro podemos vislumbrar? Acredito que talvez este seja um dado que desperte a curiosidade dos adultos hoje responsáveis pela orientação dos mesmos, uma vez que, devido à aposta acirrada na importância dos valores materiais, passaram a relegar para segundo (ou último) plano, os verdadeiros valores de construção do indivíduo.
Quem sabe agora, diante desta calamidade que se apresenta, os seres humanos venham a olhar com mais atenção para o apoio emocional necessário na boa formação de crianças e jovens?

Como torná-los capazes de conviver com os movimentos vitais que tanto os amedronta fazendo-os buscar refúgio na virtualidade?
Projetando sobre eles um grau de atenção equilibrado onde a objetividade esteja focada na condução de suas ânsias e desejos.

Sonhos costumam fomentar o que possuímos de virtual dentro do organismo, pois estimulam a potência criativa proveniente do lado direito do encéfalo; criatividade (real fonte de vida) canalizada apenas para a imaginação é geradora da desvitalização interna. Sem que venham a aprender a como lidar com estes impulsos energéticos, observando-os como sendo motivação que os direciona a um grau intenso de trabalho importante na concretização dos mesmos, acabam por fomentar a virtualização mental. Acreditam que são capazes encolhendo-se no medo de testar se realmente o são.

O Sistema Humano é construído através da regulagem do tônus visceral, e o mesmo, para produzir equilíbrio no esqueleto ósseo – estrutura do Corpo Físico -, necessita de sintonia harmônica com as ondas nervosas provenientes de ambos os lados do encéfalo. Esta construção tornar-se-á desequilibrada caso a imaginação e a fantasia não possam se unir de maneira adequada aos movimentos de razão e lógica, colocando a coordenação motora em teste constante. Os riscos vividos tendo apoio emocional, serão transformadores do medo que passará a ser sinalizador dos limites.

Os estímulos à acomodação que a vida moderna apresenta como sendo status social, não possibilita uma boa (in)evolução motora acarretando debilidade emocional. A matéria orgânica precisa de testar-se diante de dificuldades fazendo, destes testes, provas de habilidade e não estímulos para sofrimento. Um corpo que não vê sua capacidade de se defender em todos os sentidos – utilizando os sentidos -, não tem como desenvolver segurança. É bom clarear que estou falando de: visão, olfato, audição, paladar e tato que serão os mestres nas provas de experimentações corpóreas, desde que suas atividades sejam conscientizadas.

Seres inseguros, sempre estarão em busca de subterfúgios quando diante dos confrontos com os fatos da vida desagradáveis e incômodos. Nada melhor do se imaginar potente utilizando para isso o caminho financeiro, uma vez que é o mais importante para a sociedade vigente. Esta é a receita para a formação de seres humanos prepotentes que tenderão a gerar inveja, ciúme, raiva, tristeza, euforia, dentre outras deturpações de ondas sensoriais que costumam chamar de sentimentos. Todos eles veículos de desequilíbrios emocionais.

Quando vemos os caminhos espirituais sendo distorcidos pelo valor financeiro, o que mais podemos esperar desta sociedade que nos cerca?
Eu espero, com fé, pelo despertar de um novo paradigma de consciência onde o cuidado permanente com os Sistemas Nervosos seja aprendido nos lares e nas escolas, por pais e professores.
A metodologia já existe: Moitakuá.
Será pedir muito aos céus?

Itaipuaçu, 15/11/2010