segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Minh’alma

Por Moema Ameom

Reverencio minha alma que, com sua persistência, trouxe-me até aqui.
Agradeço-lhe pela potência capaz de dar à minha matéria a capacidade de recriar momentos.
Aos meus olhos, uma profunda reverência pela amplidão permanente no olhar. Com os movimentos vitais conquistados abraço o cineasta Victor Rocha, meu filho, que me ensinou a deixar de ver a vida pelo buraco da fechadura.

Este mês, mais precisamente no dia 24, estaremos celebrando 34 anos e 9 meses de real convivência, onde a maior riqueza apreendida sempre foi a verdade do pleno amor.
Dele veio a força vital que me encorajou ser mãe pela segunda vez (dádiva divina!) acolhendo Roberta em minhas águas.
Filhos da Luz que me ensinam a conviver com a Arte da Ilusão.

Primórdios do cinema


por ReNata Batista

Indícios históricos nos mostram que é antiga a preocupação do homem com o registro do movimento. (...) Foi em 28 de Dezembro de 1895 que os irmãos Lumière exibiram no Salon Indien, aquele que veio a ser conhecido como o primeiro filme da história: "A Chegada de um Trem na Estação da Cidade". Neste filme, um trem parecia sair da tela. O interesse pelo descobrimento foi enorme. Os filmes desta época eram feitos sobre situações do dia a dia, como o trabalho ou relações familiares, mas começaram a perder a magia das primeiras apresentações. Em função da grande imaginação de George Méliès, o cinema tomou um novo rumo.

Do ponto de vista do indivíduo, o que significaria “registrar o movimento”?
Você tem essa vivência?

O registro do movimento é algo de suma importância para a manutenção da vitalidade. Nosso organismo se mantém realizando movimentos de expansão e contração. Registrá-los significa conscientizá-los, ou seja, saber O QUE fazemos com nosso corpo e COMO fazemos.
Não sei se isso acontece com você, mas está se tornando cada vez mais comum as pessoas terem lapsos de memória. O que faz com que as pessoas se esqueçam, por exemplo, onde colocaram as chaves de cassa?
A falta de registro do movimento, o chamado “ligado no automático”. Quantos movimentos na nossa vida nós temos feito na base do automático?

Os filmes desta época eram feitos sobre situações do dia a dia (...) mas começaram a perder a magia das primeiras apresentações.

Por que será que as situações do dia a dia não despertam o nosso interesse?
Será este o motivo de termos nos desligado do registro os movimentos que nosso corpo realiza? Ou seria esta a causa? Seria o nosso cotidiano por demais desprovido de magia?
A magia, a imaginação são muito importantes, sim, para a nossa vida. Sem ela, o que seria de nós? O mundo seria áspero, linear, um pouco deserto... A arte é imprescindível, o cinema é especialmente mágico. Mas que tal aprendermos, também, a registrar os nossos próprios movimentos, a nossa vida comum, a fim de descobrir quão mágico é estar no mundo?

Os textos em itálico foram extraídos de: 
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-cinema/historia-do-cinema-1.php

Persistência da visão


por Moema Ameom

Persistência da visão, persistência retiniana ou retenção retiniana designa o fenômeno ou a ilusão provocada quando um objeto visto pelo olho persiste na retina por uma fração de segundo após a sua percepção. [...] Sabe-se hoje que a ilusão de óptica provocada pela exibição de imagens em seqüência se divide entre o movimento beta e o movimento phi. Avanços nas áreas da fisiologia e neurologia procuraram demonstrar já nos anos 70 que a persistência da visão seria um mito. Hoje ainda o conceito é usado, especialmente por teóricos do cinema. 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Persist%C3%AAncia_da_vis%C3%A3o


Movimento Beta é uma ilusão de percepção. Segundo Max Wertheimer (1912), duas ou mais imagens paradas, próximas entre si, surgindo uma depois da outra, são "vistas" pelo cérebro como uma única imagem em movimento. Em debates sobre a percepção, o movimento phi é largamente confundido com o movimento beta. O movimento phi é diferente por não estar diretamente ligado à percepção do movimento linear de figuras, vistas como uma única figura que se move no espaço, conhecida como ilusão de ótica. 


http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_phi

Você já brincou de jogo das sombras?
Já viu sua mão se transformar num cachorro, dragão ou pomba?


É assim que acontece com o que imaginamos ser; uma imagem distorcida da verdade. Isto acontece devido à perda da flexibilidade (por excesso ou falta de uso) dos movimentos beta e phi, Quando o olho humano, espelho d’alma, desenvolve estes processos de defesa, a visão passa a construir um muro que afasta o Corpo Físico (PQ) do contato com a arte de ver a ilusão, inibindo a capacidade de enxergar a realidade. Este é o motivo pelo qual a razão toma proporções dominadoras gerando um superego carregado de tensões formadoras da pré-potência.
É preciso aprender a enxergar a construção no irreal, pois sem isso, o Sistema Humano jamais irá desenvolver os níveis perceptivos necessários para conviver bem com a vida como ela é – incontornável!


Utilizar a persistência da visão para persistir no jogo de (in)evolução dos movimentos vitais é fundamental para a reCriação de um novo padrão conceitual capaz de libertar o mundo do medo da ilusão. Sendo a potência medular (onde encontramos a maior parte das células tronco) capaz de conduzir a matéria à conexão com este caminho, que tal experimentar conhecer melhor a estrutura óssea existente no seu Corpo Físico?


Moitakuá ensina

A arte é atemporal


por Moema Ameom

Estabelecer marcos históricos é sempre perigoso e arbitrário, particularmente, no campo das artes. Inúmeros fatores concorrem para o estabelecimento de determinada técnica, seu emprego, práticas associadas e impacto numa ordem cultural. Aqui serão apresentados alguns, no intuito de melhor conhecer esta complexa manifestação estética que é o cinema, a qual muitos chamam de a 7ª Arte. 

wikipedia.org/wiki.Cinema

Sendo a expressão vital dos movimentos, como pode a arte ser medida em tempo/espaço? Qual é a intenção da humanidade ao conceituá-la? Será por medo da sua abrangência que buscam rótulos?
Como sempre, o Homem em sua trajetória como humanidade, foge assustado de tudo onde não consegue enxergar limites claros e precisos.
Pactua e rotula imaginando que foi ou é capaz de dominar o incontrolável. Nesta (in)sana busca, perde-se de si mesmo ampliando sua insegurança.
Estabelece in.si a necessidade da sensação de poder. “É preciso estar atento e forte...” pra não ter medo de temer a morte.¹

O medo maior (holofobia) sempre será aquele que trazemos na medula espinal, que diz respeito à sensação de instabilidade emocional produzida por nossos movimentos vitais mal vivenciados.
Emaranhando-se em suas teias fóbicas recriadas por si mesmo, o Homem faz de tudo para aprisionar a arte de viver.
Porém, ela lhe escorre pelos dedos mostrando-lhe, a cada segundo, que vida é para ser vivida e não para ser guardada dentro de normas e regras fixantes e sufocantes. Nela existem conceitos provenientes da lógica neural, onde a razão e a sensibilidade convivem em uníssono no tronco encefálico, morada do inconsciente (segundo a ciência).

Por mais bem traçadas que as regras criadas pela sociedade venham a ser, jamais conseguirão alcançar a perfeição daquela existente na arte, a menos que o criador seja um dos personagens desta História sem Fim² chamada existência. E as águas vão rolar... de preferência nas telas dos cinemas!

¹ “é preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte” verso da música Divino Maravilhoso de Gilberto Gil
² História sem Fim – belo filme dirigido por Wolfgang Petersen, extraído do livro com o mesmo título de Michael Ende. 


Veja mais: http://laizek.com/2009/08/historia-sem-fim-lembra-ne/

Voltas que o mundo dá – cinema, paixão e profissão


por ReNata Batista

Eu era uma adolescente quando comecei a frequentar o Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, lá pelos idos de 1995.
O Festival, iniciante, me abriu as portas para a produção de filmes de curta metragem brasileiros.


Durante uma semana no ano, eu “morava” no Teatro da UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso) às voltas com filmes, oficinas, me metia em tudo, até nos passeios voltados aos cineastas convidados... 


Ahhhhhh, como era bom!


E, como o mundo dá muitas voltas, quis a vida que eu tomasse outros rumos.


Fui morar no Rio, virei Produtora Cultural, conheci outros caminhos de relação com a sétima arte, embrenhei-me nos bastidores, e de repente (um pouco mais que de repente), cá estou eu trabalhando... na produção do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, agora na sua 18ª edição!


Que bonita é a volta que o mundo dá! *