Moema Ameom
Li na Isto É nº2021 [julho 2008]:“A ansiedade é uma das maiores inimigas da saúde mental atualmente.(...) Por causa do prejuízo que impõe à vida dos indivíduos, o transtorno vem ganhando atenção da ciência.(...) Pesquisadores da Rutgers Univertsity (EUA) descobriram um grupo de neurônios envolvidos no registro pelo cérebro das informações do medo.(...)
Pesquisadores estadunidenses* constataram que, diminuindo a atividade de uma rede neural específica, as lembranças tornam-se bem mais atenuadas.(...) “Agora pensamos na criação de remédios que reduzam a atividade desses neurônios”, diz Denis Paré, um dos autores do trabalho. (...) Ao se desativar uma rede de neurônios existente dentro da estrutura prejudica-se a memorização do sentimento. Por isso, a ansiedade é reduzida. O registro do que temer é fraco demais para produzir sentimento(...)”
Percebo então que a ciência está caminhando na direção da manutenção de seres sem (ou quase sem) medo, ansiedade e ou sentimentos. Parece-me que voltamos no tempo e estamos adentrando a época em que as lobotomias eram realizadas em pessoas que, por terem reações mais vívidas, eram consideradas loucas. A rede do “Medo de sentir Medo” se intensifica gerando seres sem nenhuma (ou bem pouca) noção do limite.
Uma vez que o medo é aquele que clareia o limite orgânico, onde iremos parar sem ele? Como poderemos saber o que nos serve, pra que e por que, se perdermos o contato com os sentimentos? Será que chegamos realmente na era da robotização humana? De Futurista isto não tem nada, pois na Idade Média já se fazia isso nas fogueiras.
Pra completar a rede, trago mais uma idéia, de Regina Navarro Lins: “A Mulher independente assusta o homem?”, que é complemento mas está postada independente.
Após ler, participe do questionamento: será este o medo que está levando os homens a descobrirem formas de inibi-lo com remédios?