Moema Ameom
Continuando minhas elucubrações sobre o virtual, chego na forma. Na conceituação e codificação da mesma que, segundo a sociedade, vem a ser: o que é bonito ou feio; claro ou escuro; certo ou errado e muitos outros processos de julgamentos e críticas capazes de nos levar a surfar em ondas que atam o estado emocional gerando a (im)pressão de controle do mesmo.
Idéia bem virtual, essa de que somos capazes de controlar emoções!!! Re.Lembrando a TV digital, posso concluir que até para realizar tal proeza é preciso desenvolver muito cuidado com as ações.
Quando os movimentos que o Corpo Físico realiza são pautados na conceituação externa da forma, a criação de ações e atitudes incoerentes enfraquece a consciência e os sonhos perdem a estrutura. Estas não conseguem se harmonizar com as reais possibilidades orgânicas, únicas representantes “legais” da construção arquitetônica dos desejos.
Não podemos decorar a casa sem primeiro construí-la. Não conseguimos caminhar com os pés no ar. Não havendo corpo para vestir, de que adianta roupa bonita no armário? Se a boca não quiser comer, de que serve comprar comida?
Qualquer movimento, para fazer sentido, precisa ser percebido na sua totalidade, onde a visão abrange a consciência do que vem a ser vital ou virtual. Unir o pensamento à capacidade física de realização pode trazer muitas frustrações, pois a maior parte do que é imaginado gera obstáculos na prática da vida. Talvez seja a (in)capacidade de lidar com estes obstáculos que acabe por desvirtuar o Ser de seus ideais verdadeiros.
Extrair da dificuldade o aprendizado para a construção do que foi imaginado passa pela persistência, tenacidade e, acima de tudo, pela disciplina interna, onde o respeito ao tempo orgânico (biorritmo), conduz à conceituação da forma em ressonância com a desconceituação visceral. Onde a comunicação do ser consigo mesmo forma seus movimentos em comunhão com os batimentos cardíacos... sem os quais nada se pode fazer!
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