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Por MOEMA AMEOM
Agua(r)dar
Existem lábios a espera
de beijos, sorrisos, assobios e muxoxos.
Existem lábios que vibram,
recolhem, encolhem e colhem,
sedentos,
a seiva da vida.
Estes lábios que foram seus,
agora sem dono,
tornam-se meus.
Focam-me nos desejos de minh’alma
que aguardam o fluxo do amanhã.
Part.indo
Parto
para me partir.
Parto
para me sentir.
em mil cacos
pedaços de mim.
o que de meu ficou
neste
parto
que me pariu.
Passeandando
Passo e repasso
o compasso do meu passo,
comungando
com o descompasso
que passa, capengando,
na luz do alvorecer.
Laviniando
Num dia
pingo
virou gente.
Pingo de gente.
Neste momento,
gente virou pingo.
Pingou gente.
Gotejou alma
no espaço acústico
do coração.
EQUI . LIBRA
Balança
a pança
e lança,
no vento,
o pensamento.
Na anca
manca
baila
quem não mais há.
Balança
na lembrança
e cai.
Cai sem ai
e fica.
Finca
com intenção de VUÁ.
TRANS...
Meu tempo de lagarta passou.
Rompo o casulo da in.sanidade e parto
num parto de mim mesma
rumo ao in.sano.
Vou sanar os ossos.
Voo.
Com as frágeis asas da borboleta
que, por um dia vivem séculos de beleza plena.
Agarro-me aos galhos balouçantes das árvores irmãs
como quem se prende ao que se perde
com desejo de ganhar.
E, assim, acabo sendo EU.
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