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Moema Ameom
Niterói, 12 de abril de 1999, 9h.
Ouvidos emocionados!
Desde o retorno da Itália não me exercitava no quintal de minha casa, como sempre foi meu costume. Hoje a vontade reacendeu e fui sentir a manhã acariciar minha pele.
Ao fechar os olhos, meus ouvidos foram invadidos pelos mais variados sons. O canto dos pássaros parecia dar boas vindas. Cães ladravam narrando-me novidades. O vento sussurrava fatos passados brincando com as folhas das árvores. O calor morno do outono, acolhia-me ternamente. Senti a emoção escorrer in.mim preenchendo-me de prazer!
Re.lembrei os momentos em que buscava contato com a natureza lá em Vila Stampa, para meditar. Baliam os carneiros, mas os cães não latiam. Mal ouvia pássaros; pareciam poucos. A brisa não brincava com minha pele e o calor do sol, assim como o frio do vento, não penetravam em mim. Ficavam passeando em volta, fazendo um contato muito superficial. Sentia que por dentro ardia um forte calor selvagem bem contrastante os estímulos do exterior. A emoção sutil me permitia transpirar o prazer pessoal por estar ali, mas ficava a dificuldade de compartilhá-lo com a natureza que me rodeava. Era como se ela estivesse num tempo-espaço desconhecido que o meu corpo, pejado de medos, não conseguia penetrar.
Os gatos que me rodeavam, como os que tenho aqui, demonstravam seu afeto de maneira muito polia e discreta, bem diferentes dos meus, que se jogam aos meus pés, dançando um ballet onde a emoção, exageradamente, transborda pelos pelos.
Lá na Itália, fiz amizade com um lindo cachorrinho branco, que sempre corria para saudar-me, mas ao chegar perto, o máximo de expressão de alegria que saia de seu corpo era um rabinho cotó que balançava timidamente.
Para mim parecia tão pouco!.. Naquele momento relacionava o fato ao adestramento para não incomodar os hóspedes, mas agora sinto que aquilo era o máximo que ele podia me dar. Até podia parecer pouco, mas foi o bastante para alegrar meu coração. Porque então ficava com a sensação de que necessitava de mais? A emoção aumentou quando percebi a riqueza de poder sentir essas diferenças e aprender com elas.
Re. aprender sobre a vida sendo simples espectadora!
Lembro-me das perguntas que meus clientes e alunos fazem sobre “o que vem a ser emoção?” Como se houvesse uma apostila onde pudéssemos aprender sobre ela.
Seria necessário muitas apostilas reescritas a todo instante a fim de captar, em palavras, as múltiplas ondas neurais responsáveis por seus movimentos vitais. Existem pessoas que trazem os sentidos à flor da pele e não se consideram emotivas só porque não choram muito, não gritam e nem esbravejam; enquanto outras acham que, por chorarem muito esbanjam emoção.
Ontem aconteceu um dialogo entre eu e minha filha, onde vi seus sentimentos escorrendo delicada e translucidamente por todo seu corpo enquanto o mantinha firme e presente, expressando o poder de sua mente que, ao livrar-se dos fantasmas à medida que dialogava comigo, dava apoio a todo sistema reagrupando-o para seguir adiante. Fiquei imaginando que, se fosse meu filho, a voz sairia alta e forte como um trovão em dia de tempestade, estaria gesticulando muito e todo seu corpo vibraria e sacudiria para alcançar o equilíbrio final com a mesma grandiosidade mental da minha filha.
Domínios distintos dos medos internos. Dois sistemas diferentes (bem diferentes) com liberdade para demonstrar o que são e como são. Sem máscaras diante de mim. Isto porque as minhas estou aprendendo a tirar.
Imagine se há anos atrás, não tivesse dado ao meu filho espaço para seus choros e manhas dramáticas porque “homem não chora”. Como teria ficado seu Sistema? E se eu não quisesse aprender com os movimentos de minha filha, tão concentrada em suas intensas lágrimas, e tivesse interpretado isto como um sinal de comportamento estranho para uma menina? Se isto tivesse acontecido, será que poderia ter participado de momento de tão rara beleza ao seu lado?
Mas eu trazia muita confusão emocional dentro de mim e meus questionamentos sempre ficavam sem soluções.
Trazia? Vejo-os aqui in.mim mas, pelo menos hoje meus ouvidos abriram portais para novos aprendizados.Todo meu corpo agradece!
Texto revisitado extraído do livro “Uma Viagem em Busca do meu Umbigo” (pags.106/108), escrito por mim quando do meu retorno do Spiritual Inquiry® vivenciado na Vila Stampa -Pasignano sul Mare - Itália em 1999, sob orietação do Dr. Stèphano Sabetti e a equipe do Institute for Life Energy®. Com a intenção de compartilhar experiências com clientes e alunos, o livro foi publicado em edição independente, graças ao apoio de todos.
Ouvidos emocionados!
Desde o retorno da Itália não me exercitava no quintal de minha casa, como sempre foi meu costume. Hoje a vontade reacendeu e fui sentir a manhã acariciar minha pele.
Ao fechar os olhos, meus ouvidos foram invadidos pelos mais variados sons. O canto dos pássaros parecia dar boas vindas. Cães ladravam narrando-me novidades. O vento sussurrava fatos passados brincando com as folhas das árvores. O calor morno do outono, acolhia-me ternamente. Senti a emoção escorrer in.mim preenchendo-me de prazer!
Re.lembrei os momentos em que buscava contato com a natureza lá em Vila Stampa, para meditar. Baliam os carneiros, mas os cães não latiam. Mal ouvia pássaros; pareciam poucos. A brisa não brincava com minha pele e o calor do sol, assim como o frio do vento, não penetravam em mim. Ficavam passeando em volta, fazendo um contato muito superficial. Sentia que por dentro ardia um forte calor selvagem bem contrastante os estímulos do exterior. A emoção sutil me permitia transpirar o prazer pessoal por estar ali, mas ficava a dificuldade de compartilhá-lo com a natureza que me rodeava. Era como se ela estivesse num tempo-espaço desconhecido que o meu corpo, pejado de medos, não conseguia penetrar.
Os gatos que me rodeavam, como os que tenho aqui, demonstravam seu afeto de maneira muito polia e discreta, bem diferentes dos meus, que se jogam aos meus pés, dançando um ballet onde a emoção, exageradamente, transborda pelos pelos.
Lá na Itália, fiz amizade com um lindo cachorrinho branco, que sempre corria para saudar-me, mas ao chegar perto, o máximo de expressão de alegria que saia de seu corpo era um rabinho cotó que balançava timidamente.
Para mim parecia tão pouco!.. Naquele momento relacionava o fato ao adestramento para não incomodar os hóspedes, mas agora sinto que aquilo era o máximo que ele podia me dar. Até podia parecer pouco, mas foi o bastante para alegrar meu coração. Porque então ficava com a sensação de que necessitava de mais? A emoção aumentou quando percebi a riqueza de poder sentir essas diferenças e aprender com elas.
Re. aprender sobre a vida sendo simples espectadora!
Lembro-me das perguntas que meus clientes e alunos fazem sobre “o que vem a ser emoção?” Como se houvesse uma apostila onde pudéssemos aprender sobre ela.
Seria necessário muitas apostilas reescritas a todo instante a fim de captar, em palavras, as múltiplas ondas neurais responsáveis por seus movimentos vitais. Existem pessoas que trazem os sentidos à flor da pele e não se consideram emotivas só porque não choram muito, não gritam e nem esbravejam; enquanto outras acham que, por chorarem muito esbanjam emoção.
Ontem aconteceu um dialogo entre eu e minha filha, onde vi seus sentimentos escorrendo delicada e translucidamente por todo seu corpo enquanto o mantinha firme e presente, expressando o poder de sua mente que, ao livrar-se dos fantasmas à medida que dialogava comigo, dava apoio a todo sistema reagrupando-o para seguir adiante. Fiquei imaginando que, se fosse meu filho, a voz sairia alta e forte como um trovão em dia de tempestade, estaria gesticulando muito e todo seu corpo vibraria e sacudiria para alcançar o equilíbrio final com a mesma grandiosidade mental da minha filha.
Domínios distintos dos medos internos. Dois sistemas diferentes (bem diferentes) com liberdade para demonstrar o que são e como são. Sem máscaras diante de mim. Isto porque as minhas estou aprendendo a tirar.
Imagine se há anos atrás, não tivesse dado ao meu filho espaço para seus choros e manhas dramáticas porque “homem não chora”. Como teria ficado seu Sistema? E se eu não quisesse aprender com os movimentos de minha filha, tão concentrada em suas intensas lágrimas, e tivesse interpretado isto como um sinal de comportamento estranho para uma menina? Se isto tivesse acontecido, será que poderia ter participado de momento de tão rara beleza ao seu lado?
Mas eu trazia muita confusão emocional dentro de mim e meus questionamentos sempre ficavam sem soluções.
Trazia? Vejo-os aqui in.mim mas, pelo menos hoje meus ouvidos abriram portais para novos aprendizados.Todo meu corpo agradece!
Texto revisitado extraído do livro “Uma Viagem em Busca do meu Umbigo” (pags.106/108), escrito por mim quando do meu retorno do Spiritual Inquiry® vivenciado na Vila Stampa -Pasignano sul Mare - Itália em 1999, sob orietação do Dr. Stèphano Sabetti e a equipe do Institute for Life Energy®. Com a intenção de compartilhar experiências com clientes e alunos, o livro foi publicado em edição independente, graças ao apoio de todos.