terça-feira, 22 de novembro de 2011

Arte Sã e Nata


Por Moema Ameom

Sã porque nata.
Nascida da fonte criativa do ser onde as regras não atingem os impulsos vitais.
Surgida da vontade de expressar um tempo, seja ele passado ou presente.
Construída pelas informações captadas, absorvidas e observadas sem hora marcada para existir. Arte mestrada pelo sentir.

Sã por não machucar a alma nem ferir o coração; por ermitir o fluxo vital da conexão com o coração.
Quantos artesãos, com o passar do tempo, acabaram tornando-se ícones da civilização?!

Isaac Newton, por exemplo, artesanou idéias sobre gravidade.
Thomas Edison, sem hora marcada para o ofício de criar, deu-nos a luz.
Foi bom? Ruim? Quem saberá?
Como nos fala ao ouvido outro artesão conhecido, Albert Einstein, tudo é relativo!

Artesãos da palavra, os escritores nos legaram contextos, conceitos, fórmulas e religiões. Poetizaram.
Unindo todas estas artes natas e nem sempre sãs, o Planeta Terra evidencia a supremacia na área de gestar artesanal.mente criando novas propostas vitais em suas rotações e translações.

Enquanto isso... humanos debatem-se entre feitos e realizações onde a arte olvidada sufoca a sensibilidade exacerbando a razão.

Haja coluna vertebral para suportar tal pressão!!

Artesanal..Mente


Por Moema Ameom

Durante minha estadia em Cuiabá, processos artesanais uniram-me à Roberta Andrade, minha filha, durante a manufatura dos enfeites que ornaram a celebração dos dois anos de Lavínia Andrade, minha neta.

Lá o espetáculo familiar completou-se com a presença do tio/padrinho Victor e da tia Diana na arte gráfica, da dinda ReNata Batista e do paizão Rodrigo Amdrade no apoio logístico indispesável para uma boa realização artística.

Em Dezembro, minha mente estará em fase de restauração! Nos dias 14 e 15 às 16 e 20 horas no Teatro Municipal de Niterói – a Escola de Danças Camarim estará encenando Orfeu e Divas, dois eventos artesanalmente elaborados, onde Rodrigo Gondim com seu Orfeu deu o primeiro passo na carreira de criador e diretor de espetáculo dando-me a oportunidade de retornar aos palcos como Preparadora Corporal do elenco.
Ao lado de meu filho Victor Rocha que assina figurinos e arte visual do programa e de Diana Vasconcelos, minha nora, web designer do Blog que trouxe belas inovações internáuticas para a Escola, estarei presente artesanal.mente feliz nestes momentos de retorno, construindo fluxos vitais de prazer e alegria.

No dia 17 às 19:30, será a vez da Escola de danças MovimentArte apresentar Lendas no Espaço Cultural MovimentArte – Itaipuaçu,Maricá.
Finalizando um ano de aulas de ballet clássico semanais junto às professoras da escola, estarei assinando uma das coreografias do roteiro. Também lá, em companhia de Victor como figurinista e Rodrigo como bailarino e realizador da trilha sonora, estaremos, juntamente com Beatriz Alencar e Ryane Ranges, formando uma família moitakuense reunida pelos fluxos vitais emanados pela dança.

Estamos circulando pelos corredores da vida artesanal.mente vitalizada, brincando na ciranda do amor fraternal em nome de um futuro mais promissor para nossas crianças!

Artesanato que alinhava minha história


Por ReNata Batista

Desde remotos tempos o trabalho artesanal permeia minha vida. Eu era criança quando acompanhava a minha irmã mais velha nas oficinas oferecidas pelo SESC. Que grande artesã é a minha irmã! Dedicada, atenciosa, caprichosa. Pra mim era uma diversão, aprendi muito com ela, embora nunca imaginasse que eu fosse me tornar uma artesã – afinal, era um trabalho delicado demais pra mim!

Passou-se o tempo e a necessidade me fez descobrir-me uma artesã primorosa. Muitas refeições foram obtidas graças às minhas criações de cartões e bijuterias em tempos de vacas muito magrinhas..

No ano de 2006, nós, profissionais de Moitakuá (na época éramos muitos), realizamos em Mirantão-MG uma série de encontros que denominamos Moitakuá Reúne – MoNe (fotos).

Dentre tantas atividades que desenvolvemos, estavam as oficinas de artesanato. Eram oficinas curtas que mobilizavam profissionais interessados em contribuir com uma formação diferenciada para a população. Belos trabalhos geraram resultados terapêuticos para todos os envolvidos!

Em 2009 fui trabalhar como voluntária em Ilhota após uma grande enchente, e foi no artesanato que eu encontrei a minha linha de atuação: desenvolvi com a população local um trabalho de conscientização ambiental através do artesanato com materiais recicláveis.

Recentemente, eu fui convidada para ministrar um módulo do curso de Formação de Agentes Culturais Comunitários, e em uma aula eu conversei bastante com a turma sobre a importância de se criarem movimentos nas comunidades de acordo com a necessidade local. Uma das alunas, na semana seguinte, chegou com a notícia de que tinha resolvido dar início a uma oficina de tricô no condomínio onde ela mora. Fiquei tão feliz, mais ainda por saber que, meses depois, ela continua firme e forte à frente das aulas, com a proposta de formar agentes facilitadoras para a difusão do aprendizado.

Em suma, embora um tanto marginalizado pela grande opinião pública, o artesanato é um grande valor do nosso país. Talvez por sermos um país “em desenvolvimento” e não termos uma indústria tão forte (graças a Deus), a manufatura é uma atividade largamente praticada por aqui. E muito valorizada pelo mercado externo, já tão saturado de industrialização e despersonalização!

O artesanato traz em si um valor agregado insubstituível, que é a alma por trás do objeto. O fato de ter sido feito por um coração pulsante, criativo e atento torna uma peça, por mais simples que seja, um exemplar da potencialidade criadora humana.

Não é à toa que está crescendo consideravelmente a valorização desta atividade, bem como os investimentos no setor. E para quem tem interesse no assunto, é bom frisar que é um nicho de mercado bastante promissor!

É um processo de muito rico de trabalho, que gera renda, contribui com as relações humanas, eleva a autoestima e ainda tem a possibilidade de ajudar o meio ambiente quando se trabalha com materiais reciclados.

Às manufaturas, por tudo o que me deram e possibilitaram realizar, rendo minhas homenagens!

A ARTE DE DOBRAR


Por Moema Ameom

Origami (do japonês: 折り紙, de oru, "dobrar", e kami, "papel") é a arte tradicional e secular japonesa de dobrar o papel, criando representações de determinados seres ou objetos com as dobras geométricas de uma peça de papel, sem cortá-la ou colá-la.
O origami usa apenas um pequeno número de dobras diferentes, que podem ser combinadas de diversas maneiras, para formar desenhos complexos. [...]o origami tradicional japonês é praticado desde o Período Edo (1603-1897).

Durante séculos não existiram instruções para criar os modelos origami, pois eram transmitidas verbalmente de geração em geração. Esta forma de arte viria a tornar-se parte da herança cultural dos japoneses. [...]
A grande divisão entre a antiga dobragem do papel e a nova surgiu cerca de 1950 quando o trabalho de Akira Yoshizawa se tornou conhecido.
Foi Yoshizawa quem criou a ideia da dobragem criativa (Sasaku Origami) e inventou todo um conjunto de métodos que nada deviam ao origami do passado, permitindo dobrar uma série de animais e pássaros. [...]

A prática e o estudo do Origami envolve vários tópicos de relevo da matemática. Por exemplo, o problema do alisamento da dobragem (se um modelo pode ser desdobrado) tem sido tema de estudo matemático considerável.

A dobragem de um modelo alisável foi provado por Marshall Bern e Barry Hayes como sendo um problema NP completo. O problema do Origami é rígido ("se o papel for substituído por metal será ainda possível construir o modelo?") é de grande importância prática.
Por exemplo, a dobragem Miura é dobragem rígida que tem sido usada para levar para o espaço grelhas de painés solares para satélites.

Quantas dobraduras tem um problema?
Creio que o Origami nos ensina a dobrar a vida, transformando-a em belas imagens onde a maior criatividade encontra-se no ato de não cortar ou colar; não remendar ações.
Não utilizá-las para preencher a vida, mas sim para gerar reações..

O Origami, tal qual foi iniciado e como foi evoluído até os dias de hoje, é um belo exemplo de tratamento terapêutico através do artesanato, ato de deixar brotar o que é nato no Sistema Humano: a arte.
Segundo a cultura japonesa, aquele que fizesse mil origamis da garça de papel japonesa (Tsuru, "garça") teria um pedido realizado - crença esta popularizada pela história de Sadako Sasaki, vítima da bomba atômica.

Fazer mil origamis significa um processo orgânico de muita concentração. Certamente este período de dedicação ao Origami conduz o Ser a considerações profundas sobre sua real potência energética, o que, na verdade, acaba por acionar seu verdadeiro potencial que é realizar seus sonhos e desejos.
Quando o Ser Humano descobrir que, para realizar pedidos internos basta dar tempo ao tempo observando o caminho por onde passa para poder melhor elaborá-lo a cada dia, certamente acabará acreditando que o verdadeiro milagre está contido no desenvolvimento do cotidiano e o seu tão famoso como.

Pena que, cada vez dedica-se menos tempo á reflexão, ato que sempre está inserido nos processos do artesanato.
Quando as mulheres se reuniam para tricotar linhas, fazendo das conversas momentos de partilhas desinteressadas, os homens que delas nasciam traziam in.si maior complacência para com os processos reflexivos existentes na multiplicidade visceral feminina. Aprendiam no útero.
Hoje elas tricotam vidas alheias e não encontram tempo para assimilar os origamis que seus fetos fazem em seu organismo conduzindo-as para a plenitude da maternidade.

Dobraduras d’alma!

* Texto em destaque enviado pela leitora e amiga Heloísa Pacheco. Extraído de: wikipedia.org.br/origami *