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Por Moema Ameom
Origami (do japonês: 折り紙, de oru, "dobrar", e kami, "papel") é a arte tradicional e secular japonesa de dobrar o papel, criando representações de determinados seres ou objetos com as dobras geométricas de uma peça de papel, sem cortá-la ou colá-la.
O origami usa apenas um pequeno número de dobras diferentes, que podem ser combinadas de diversas maneiras, para formar desenhos complexos. [...]o origami tradicional japonês é praticado desde o Período Edo (1603-1897).
Durante séculos não existiram instruções para criar os modelos origami, pois eram transmitidas verbalmente de geração em geração. Esta forma de arte viria a tornar-se parte da herança cultural dos japoneses. [...]
A grande divisão entre a antiga dobragem do papel e a nova surgiu cerca de 1950 quando o trabalho de Akira Yoshizawa se tornou conhecido.
Foi Yoshizawa quem criou a ideia da dobragem criativa (Sasaku Origami) e inventou todo um conjunto de métodos que nada deviam ao origami do passado, permitindo dobrar uma série de animais e pássaros. [...]
A prática e o estudo do Origami envolve vários tópicos de relevo da matemática. Por exemplo, o problema do alisamento da dobragem (se um modelo pode ser desdobrado) tem sido tema de estudo matemático considerável.
A dobragem de um modelo alisável foi provado por Marshall Bern e Barry Hayes como sendo um problema NP completo. O problema do Origami é rígido ("se o papel for substituído por metal será ainda possível construir o modelo?") é de grande importância prática.
Por exemplo, a dobragem Miura é dobragem rígida que tem sido usada para levar para o espaço grelhas de painés solares para satélites.
Quantas dobraduras tem um problema?
Creio que o Origami nos ensina a dobrar a vida, transformando-a em belas imagens onde a maior criatividade encontra-se no ato de não cortar ou colar; não remendar ações.
Não utilizá-las para preencher a vida, mas sim para gerar reações..
O Origami, tal qual foi iniciado e como foi evoluído até os dias de hoje, é um belo exemplo de tratamento terapêutico através do artesanato, ato de deixar brotar o que é nato no Sistema Humano: a arte.
Segundo a cultura japonesa, aquele que fizesse mil origamis da garça de papel japonesa (Tsuru, "garça") teria um pedido realizado - crença esta popularizada pela história de Sadako Sasaki, vítima da bomba atômica.
Fazer mil origamis significa um processo orgânico de muita concentração. Certamente este período de dedicação ao Origami conduz o Ser a considerações profundas sobre sua real potência energética, o que, na verdade, acaba por acionar seu verdadeiro potencial que é realizar seus sonhos e desejos.
Quando o Ser Humano descobrir que, para realizar pedidos internos basta dar tempo ao tempo observando o caminho por onde passa para poder melhor elaborá-lo a cada dia, certamente acabará acreditando que o verdadeiro milagre está contido no desenvolvimento do cotidiano e o seu tão famoso como.
Pena que, cada vez dedica-se menos tempo á reflexão, ato que sempre está inserido nos processos do artesanato.
Quando as mulheres se reuniam para tricotar linhas, fazendo das conversas momentos de partilhas desinteressadas, os homens que delas nasciam traziam in.si maior complacência para com os processos reflexivos existentes na multiplicidade visceral feminina. Aprendiam no útero.
Hoje elas tricotam vidas alheias e não encontram tempo para assimilar os origamis que seus fetos fazem em seu organismo conduzindo-as para a plenitude da maternidade.
Dobraduras d’alma!
* Texto em destaque enviado pela leitora e amiga Heloísa Pacheco. Extraído de: wikipedia.org.br/origami *