sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A melhor coisa que existe

                                 
                                                                                                         ReNata Batista

É tão bom ser alegre quanto triste, a verdade é a melhor coisa que existe.” Esta é a minha versão para o verso de Samba da Bênção de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Não que eu duvide dos nossos poetas que cantaram “é melhor ser alegre
que ser triste, a alegria é a melhor coisa que existe”... Eu gosto da alegria, mas é que esse negócio de renegar a pobre da tristeza é muito chato! Quando ela bate, não adianta gostar ou não, o fato é que ela bateu. Vamos fingir que ela não chegou, e vamos sair correndo pra longe, como se ela não existisse?

Se não damos um tempo para perceber a verdade das nossas emoções, não temos como amadurecer o nosso estado emocional. Se nós estamos vivos, estamos sujeitos a emoções diversas que nos arrebatam o tempo todo. E transitamos por nuances de sentimentos... Ora, um pouco de introspecção também faz bem ao coração. E nem por isso estamos menos
aptos à alegria!

Nós, brasileiros, somos muito conhecidos pela nossa alegria. Somos esfuziantes, barulhentos, falamos alto, cantamos, nunca - ou quase nunca - ficamos quietos. Mas até que ponto isso é mesmo alegria? Será que não estamos exacerbando a
alegria made in Brazil, colorindo-a com cores mais fortes do que o normal? Será que quando ela se tornou um “produto de exportação” nós não aprendemos a extrapolá-la para chamar mais a atenção? E vamos pra Sapucaí com nossos
tamborins o tempo todo, sem trégua...

Só não podemos nos esquecer de que até o neurônio tem em seu ciclo o Potencial de Repouso e o Potencial de Ação. Se estimulamos demais um deles, a corda pode roer pra um lado só. Posso estar enganada, mas isso não parece ser saudável...

Sejamos alegres, sim. E viva nós, que sabemos extrair prazer da vida! Mas vamos com verdade, porque a vida tem várias faces e faz bem olhar para todas elas.

                                                   O que você acha disso?

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