sexta-feira, 24 de setembro de 2010

ALEGRIA é ...

... transcender a luminescência mergulhando na escuridão da luz

... encontrar no vazio a razão do insustentável

... fazer da tenacidade a companheira permanente do renascimento

... ultrapassar o som captando dele o valor do silêncio

... olhar o sorriso da criança, sendo capaz de ver o espírito nele presente

... viver o momento captando os ensinamentos inseridos na intuição

... construir o corpo físico como sendo passagem da alma

... fazer dos movimentos vitais, nele existente, instrumentos captadores de ações e reações externas, alheias à nossa vontade

... aprender a aprender, com a força da transformação, a torná-los mutáveis diante das emoções nele inseridas

... encontrar o desejo enraizado nos ossos e assim, poder ...

... ser alegre ... simplesmente, absorvendo a essência da beleza existente na vida.
Com seu perfume, construir o cotidiano!
                                                                     

                                                                  Moema Ameom

Alegria, Alegria

Composição de Caetano Veloso

Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou... (...)

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vão
Eu vou
Por que não,
por que não...

Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento,

Eu vou...

(...) Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil...
(
...) Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor

Eu vou..."



Seria este ícone dos anos 70 responsável pela conotação criada entre Alegria e Irresponsabilidade?
                               Poderia ter auxiliado a destruir a tenacidade e a disciplina na formação de uma era?
           Teria ajudado a doar aos jovens um estado de euforia capaz de intensificar o uso das drogas?
                                     Como construir uma vida sem lenço nem documento e querer seguir vivendo?
                                 Que qualidade de vida é alcançada sem disciplina?
                                                                                                E com excesso dela?
      Poderá esta cisão entre dois processos disciplinares inseridos na educação ser responsável pela onda de
                                          violência que hoje presenciamos?
Vamos conversar sobre estes assuntos no Blog?
Aguardo por você!
                                               
                                                Moema Ameom                                                         

A melhor coisa que existe

                                 
                                                                                                         ReNata Batista

É tão bom ser alegre quanto triste, a verdade é a melhor coisa que existe.” Esta é a minha versão para o verso de Samba da Bênção de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Não que eu duvide dos nossos poetas que cantaram “é melhor ser alegre
que ser triste, a alegria é a melhor coisa que existe”... Eu gosto da alegria, mas é que esse negócio de renegar a pobre da tristeza é muito chato! Quando ela bate, não adianta gostar ou não, o fato é que ela bateu. Vamos fingir que ela não chegou, e vamos sair correndo pra longe, como se ela não existisse?

Se não damos um tempo para perceber a verdade das nossas emoções, não temos como amadurecer o nosso estado emocional. Se nós estamos vivos, estamos sujeitos a emoções diversas que nos arrebatam o tempo todo. E transitamos por nuances de sentimentos... Ora, um pouco de introspecção também faz bem ao coração. E nem por isso estamos menos
aptos à alegria!

Nós, brasileiros, somos muito conhecidos pela nossa alegria. Somos esfuziantes, barulhentos, falamos alto, cantamos, nunca - ou quase nunca - ficamos quietos. Mas até que ponto isso é mesmo alegria? Será que não estamos exacerbando a
alegria made in Brazil, colorindo-a com cores mais fortes do que o normal? Será que quando ela se tornou um “produto de exportação” nós não aprendemos a extrapolá-la para chamar mais a atenção? E vamos pra Sapucaí com nossos
tamborins o tempo todo, sem trégua...

Só não podemos nos esquecer de que até o neurônio tem em seu ciclo o Potencial de Repouso e o Potencial de Ação. Se estimulamos demais um deles, a corda pode roer pra um lado só. Posso estar enganada, mas isso não parece ser saudável...

Sejamos alegres, sim. E viva nós, que sabemos extrair prazer da vida! Mas vamos com verdade, porque a vida tem várias faces e faz bem olhar para todas elas.

                                                   O que você acha disso?