segunda-feira, 18 de maio de 2009

Cadê o Bebê?

O avanço da tecnologia trouxe maravilhas para a evolução da ciência.


As máquinas construídas pelo Homem ganharam terreno fazendo-os esquecer que também eles são maquinas, criadas pela natureza e produtoras de maravilhas.

Este esquecimento está conduzindo a humanidade a desvalorizar, dentre muitos, um dos mais belos momentos da construção da vida: o nascimento.


Hoje em dia, a ansiedade materna em saber se o que traz no ventre é menino ou menina, acaba por queimar uma etapa muito importante nos processos de formação do organismo humano: O Bebê.

Com a possibilidade de ser visto ainda na barriga da mãe, fica despercebido o fato de que quando de lá sair ainda não será menino ou menina. Esta nomenclatura passará a ser utilizada em fase escolar, de preferência por volta dos 4 anos, quando estiver amadurecido o suficiente para se moldar aos padrões sociais que o envolverem.

Os desajustes atingem até mesmo os movimentos relativos ao vestuário. Não se consegue comprar roupas ou utensílios para o bebê sem saber qual o sexo.

Que sexo? Como pode uma criança saber qual o sexo que lhe cabe ?

Quem surgirá do vente materno na hora do nascimento, é o bebe, ou quando muito uma criança.

Avançar no tempo a fim de saciar a curiosidade pode vir a dar início à construção de processos de ansiedade no bebê, caso os pais não consigam fazer da curiosidade alimento de regulagem dos seus processos ansiogênicos pessoais.

Como fazer para resgatar o instinto materno que, dentre outras coisas, fazia da mãe a dona do mistério da gestação ao mergulhar fundo na intuição ?

Como fazer para que os úteros venham a preservar um ambiente onde o feto possa ser formado sem a obrigação de expor seu sexo para ganhar espaço entre seus familiares ?

Como impedir esta invasão de privacidade?

Ou, como respeitar esta privacidade?

Como encontrar um caminho que possa unir os processos de utilidade médica da ultrassonografia com o discernimento do feto para que possa vir ao mundo sendo apenas bebê?


De repente a solução venha da conscientização dos adultos quanto a importância de ver no orgão genital apenas uma forma de orientação da matéria durante sua trajetória de vida, ampliando o espaço para que movimentos diversos possam ser experimentados na sua construção.


A surpresa do nascimento ficará voltada totalmente para a alegria da chegada!

Pode ser que assim, com a ansiedade saciada, ela possa ser superlativa sem afogar a família nas grandes ondas da emoção!


Que todos possam celebrar a chegada do bebê ... ou da bebê na totalidade da importância que representa para a continuidade da vida e preservação da espécie.


Moema Ameom

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Delírios

No Informal numero 15, escrevi falando sobre Delírios vividos em Cuiabá devido à constatação da rede de medos que envolve as pessoas impedindo-as de assumirem seus verdadeiros desejos e vontades.

Você ja reservou um pequeno tempo de sua vida para selecionar quantos medos traz "no bolso"?

Não falo apenas dos grandes, mas, principalmente dos minúsculos que se escondem sob a pele aprofundando-se nas águas das cadeias musculares, mergulhando na medula óssea.

Experimente fazer uso de um pequeno pedaço de papel levado com você no decorrer do dia, onde irá anotando todos os medos que conseguir detectar nas ações do cotidiano.

Encare a brincadeira como sendo um "jogo da memória".

Ao final do dia, leia seu papel e surpreenda-se com sua capacidade de poder sentir esta sensação/sentimento tão mal interpretada pela sociedade, única responsável pela percepção do limite.

Construir uma vida com limites bem estruturados é fazer da sua existência uma vida de emoções bem vivenciadas, dessas que fornecem ao Ser Humano uma Consciência mais ampla quanto ao seu verdadeiro papel na sociedade.


Vamos conversar sobre este assunto?


Moema Ameom